Moisés Mendes*
O vídeo em que Sergio Moro insinua que Gilmar Mendes vende habeas corpus é de uma festa de 25 de junho do ano passado, no Clube Duque de Caxias, em Curitiba.
Um lugar frequentado pela família, onde o ex-juiz é saudado e paparicado. É um espaço que ele domina.
As pessoas do entorno, quem puxa conversa e quem fez a gravação parecem ter proximidade com Moro ou simpatia pelo lavajatista.
Foi essa pessoa que gravou e vacilou até agora, até decidir passar o vídeo a alguém que pôs a cena na internet?
O ex-juiz suspeito pode ter sido denunciado por alguém da mesma turma, que saltou fora do lavajatismo.
Algum elo se perdeu para que o vídeo fosse divulgado agora, talvez depois de ser compartilhado em grupo fechado, até acontecer o vazamento.
Ontem o sujeito foi pedir socorro à presidente do Supremo, Rosa Weber. Quantas pessoas, às vésperas de se tornarem réus, têm essa chance de falar com a líder da mais alta Corte do país?
Quantas figuras públicas que batem no Supremo e desqualificam seus integrantes (e não só Gilmar Mendes) têm o privilégio de ir dizer à presidente da instituição depreciada pelo futuro réu que não foi bem assim e pedir clemência?
Moro vai sofrer até escapar dessa. E vai levar muita bordoada das esquerdas no Senado a cada tentativa de dizer alguma coisa.
E ainda tem o inquérito sobre a denúncia de Tacla Duran, que vai correr no mesmo Supremo.
Sempre lembrando que foi Moro quem grampeou e vazou para a Globo a conversa de Dilma e Lula em março de 2016. O mandato de senador custará caro.
*Do blog do autor