As provas usadas por Gabriela Hardt para “expor” atentado do PCC contra Moro

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Mesmo com a PF pedindo sigilo absoluto, Hardt levantou o segredo de Justiça e exibiu as provas obtidas a partir de mensagens de WhatsApp.

Em meio à politização em torno do plano do PCC para sequestrar o ex-juiz e atual senador Sergio Moro, a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, decidiu levantar o sigilo da decisão que respaldou a Operação Sequaz, exibindo as provas que ela considerou ao decretar a prisão de ao menos sete pessoas envolvidas no caso.

A Polícia Federal, que investiga a quadrilha há alguns meses, havia solicitado “sigilo máximo” sobre a decisão. Deflagrada na última quarta-feira, a operação se estendeu por vários estados com mandados de busca e apreensão e de prisões preventivas.

Moro não seria o único alvo do PCC, mas certamente foi o que mais ganhou holofotes – com ajuda, inclusive, de declarações de Lula que causaram frisson nos últimos dias.

Liderados por Janerferson Aparecido Mariano Gomes, também conhecido como Nefo ou NF, a quadrilha ligada ao PCC teria deixado rastros do plano contra Moro principalmente em mensagens de WhatsApp, que foram obtidas pela polícia a partir da quebra de sigilo telemático dos investigados.

Pelo celular, eles trocaram códigos, listaram despesas relacionadas à logística do plano, além de compartilhar dados pessoais, fotos, vídeos e outros indícios de que estavam investigando e monitorando a família de Moro e suas propriedades em Curitiba, desde setembro de 2022, em meio às eleições gerais.

O delator misterioso
]Tudo começou a partir da delação de uma testemunha protegida ao Ministério Público de São Paulo. Em 3 de fevereiro de 2023, o depoimento foi encaminhado pelos promotores do Gaeco ao setor de combate ao crime organizado da Polícia Federal. No dia seguinte, a PF instaurou o inquérito para apurar “possível plano de sequestro de Moro”.

O delator se apresentou ao Gaeco como um dissidente do PCC, “jurado de morte”. Disse que recebeu informações sobre estar na mira de “NF”. Os promotores mostraram uma foto de Janerferson ao delator, que o reconheceu como NF.

Janerferson seria o chefe da “restrita”, um setor dentro do PCC encarregado por matar ex-faccionados e planejar atentados contra autoridades e servidores públicos.

A identidade do delator não pode ser revelada por questões de segurança, mas sabe-se, pela decisão de Hardt, que não se trata de um faccionado qualquer. Isto porque o próprio delator disse que o setor da restrita “seria responsável por matar líderes e faccionados importantes, bem como por cometer atentados contra autoridades, sendo que caso se tratasse de um faccionado qualquer, não haveria atuação da ‘restrita’, mas sim do ‘tribunal do crime’.”

*Com GGN

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