Vídeo: Alckmin cita livro em que Moro se exime de responsabilidade pela transferência de Marcola

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Apesar de “bancar” que teve alguma relação com a transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) para presídios de segurança máxima em 2019, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) não teve nenhuma participação no episódio.

Após o ex-juiz dizer acreditar ter se tornado alvo do plano como uma forma de “retaliação” por medidas contra facções criminosas tomadas quando ele era ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), um vídeo do período eleitoral de 2022 ressurgiu nas redes sociais.

Em outubro do ano passado, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), à época candidato junto com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desmentiu o senador ao mostrar trechos do seu livro sobre a transferência de Marcola.

Durante entrevista coletiva, Alckmin mostrou que Moro não teve qualquer relação com o episódio e ainda revelou que Bolsonaro tentou impedir a transferência, exigida pelo Ministério Público de São Paulo e autorizada pelo Tribunal de Justiça do Estado paulista.

“Sobre a transferência do preso Marcola, diz o Moro no livro que ele escreveu depois que deixou o ministério: ‘Mas a poucos dias da deflagração da Operação Império, fui surpreendido com uma mensagem dele Bolsonaro no meu celular sugerindo o cancelamento as transferências. Bolsonaro disse estar receoso de possíveis retaliações do crime organizado contra a população civil e temia que, se isso acontecesse, o governo federal fosse responsabilizado, inclusive com o impeachment no Congresso’. O Moro escreve no seu livro que o Bolsonaro lhe manda um e-mail pedindo o cancelamento, que não fosse feita a transferência”, disparou Alckmin.

“A transferência foi pedida antes do Bolsonaro assumir por um pedido do Ministério Público de São Paulo, e foi autorizada no começo de 2019 por ordem do Tribunal de Justiça de São Paulo. Não foi o Bolsonaro que pediu, foi o MP, quem autorizou foi o Judiciário, e o Bolsonaro, diz o Moro, tentou impedir a transferência do Marcola”, continuou.

Abaixo, o trecho do livro ao qual o atual vice-presidente fez referência:

“Desde o início do planejamento da operação, ainda durante a transição de governo, eu havia comunicado Bolsonaro sobre a intenção de transferir as lideranças do PCC para os presídios federais”, escreveu Moro em seu livro ‘Contra o Sistema de Corrupção’. “Como a medida poderia ter consequências significativas, como retaliações terroristas, havia a necessidade óbvia de informar o presidente sobre ela. Ele concordou com a ação, que seguia a política de ser firme com o crime organizado, conforme prometera durante a campanha. Mas, a poucos dias da deflagração da Operação Imperium, fui surpreendido com uma mensagem dele no meu celular sugerindo o cancelamento das transferências. Bolsonaro disse estar receoso de possíveis retaliações do crime organizado contra a população civil e temia que, se isso acontecesse, o governo federal fosse responsabilizado, inclusive com impeachment no Congresso”, prosseguiu ainda o ex-juiz na obra, lançada em dezembro de 2021.

*Com DCM

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