Senador Renan Calheiros suscitou questão de ordem que levou à instalação de comissões para analisar medidas provisórias.
O senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, que defendeu a instalação das comissões para analisar medidas provisórias (MPs), criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por resistir a um acordo sobre o tema.
Nesta quarta-feira (22/3), Renan fez questão de ordem no Senado, cobrando posicionamento do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, sobre a instalação das comissões para analisar as MPs do governo, como prevê a Constituição.
Há meses, Arthur Lira resistia, nos bastidores, à instalação das comissões. Ele queria manter o rito instituído durante a pandemia, segundo o qual a Câmara analisava as MPs antes do Senado e, portanto, tinha mais poder.
“Acho que o governo está desistindo do Lira, porque é um cara totalmente imprevisível, não cumpre nada”, diz Renan à coluna. “Nós nunca tivemos crise no bicameralismo brasileiro. É a primeira vez.”
A “desistência” a que se refere Renan seria de negociar com Lira, já que o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reuniu com Pacheco e reiterou que o governo não iria abrir mão da instalação das comissões.
“Eu falo (desistir) dos métodos, da chantagem, de toda hora querer as coisas, com inveja de quem nomeou ministro ou deixou de nomear. O governo está vendo que isso aqui não vai para lugar nenhum. O governo mudou de patamar quando o Padilha se posicionou a favor em defesa dos argumentos da questão de ordem.”
“Arthur não tem jeito. É muito irrecuperável. Inimputável”, provocou Calheiros.
*Com Metrópoles