O Ministério da Saúde antecipou para hoje (25) o início da campanha de vacinação dos povos yanomami. Os indígenas receberão vacinas bivalentes contra a covid-19 e imunizantes de rotina do calendário adulto e infantil. A imunização estava prevista para começar na segunda-feira (27), juntamente com a campanha nacional, mas foi antecipada em razão do que o ministério descreveu como “grave crise sanitária e humanitária encontrada no território.”
De acordo com a pasta, a previsão é que cerca de 20 mil doses da vacina contra a covid-19 serão aplicadas em seis comunidades yanomami em Roraima: Surucucu, Kataroa, Maloca, Paapiú, Auaris, Missão Catrimani e Waputha. Ao todo, o Território Indígena Yanomami tem cerca de 31 mil indígenas, espalhados em mais de 370 comunidades.
A pasta estima a aplicação de aproximadamente 20 mil doses bivalentes contra a Covid em seis comunidades: Auaris, Kataroa, Maloca, Missão Catrimani, Paapiú, Surucucu e Waputha. A operacionalização da ação será da Secretaria de Saúde daquele estado, com o apoio de profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) que já estão atuando na Terra Indígena Yanomami.
Estruturada
A coleta de dados epidemiológicos pelas equipes da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) e no restante do território será feita por 24 tablets enviados à região pelo Centro de Operações de Emergência (COE). Os agentes de saúde que trabalharão em localidades distantes e de difícil acesso usarão 20 telefones por satélite para que possam se comunicar com o comando da operação.
A entrada no território e na casa de apoio é restrita a profissionais que atuam na missão, atendendo a pedidos de lideranças indígenas que apontam cuidados à exposição da imagem, sobretudo em relação a indígenas doentes e aos seus mortos.
Tragédia Yanomami
Um mês após o governo federal declarar a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional na terra yanomami, mais de 5 mil atendimentos médicos a indígenas encontrados em grave situação de desassistência foram realizados na região. Entre as crianças acompanhadas na Casai, 78% evoluíram de quadro grave de desnutrição para moderado.
Os atendimentos emergenciais são realizados pela Força Nacional do SUS nos polos base das regiões de Auaris, Surucucu e Missão Catrimani. Em Boa Vista, parte dos atendimentos é realizada por equipes de voluntários da Casai ou no hospital de campanha montado na área externa, com apoio das Forças Armadas. Os casos mais graves são encaminhados para a rede hospitalar da capital.