“Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”. (Sócrates, filósofo da Grécia Antiga).
Adélia Prado, 87 anos de idade, a mais famosa e premiada poetisa mineira viva, filósofa, romancista e contista, jamais imaginou que um dia entraria nos trends topics do Twitter, não por seus reconhecidos méritos literários, mas graças ao governador reeleito do seu Estado, o simplório Romeu Zema (Novo).
Em entrevista ao podcast Pauta Quente, em Divinópolis (MG), onde vive Adélia, autora, entre outras obras, de “Cacos para um vitral” (1980) e “A faca no peito” (1988), Zema recebeu do apresentador Flaviano Cunha uma coletânea de 150 poemas de Adélia.
Ao agradecer o presente, Zema perguntou a Cunha se Adélia não era uma mulher que trabalhava em uma rádio da cidade. Ele simplesmente não sabia de quem se tratava. Zema quer ser o candidato da chamada direita civilizada à sucessão de Lula.
Outro que também quer ser, mas que nega, é o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. Eleito sem nunca ter morado no Estado que ora governa, sem sequer saber a certa altura onde votaria no dia das eleições, ele pisou feio na bola.
Tarcísio vetou um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo que previa validade indeterminada a laudos médicos que atestem o transtorno do espectro autista. E na justificativa do veto, escreveu:
“[O autismo] diagnosticado precocemente até os cinco anos e onze meses de idade é mutável, podendo mudar tanto de gravidade como até mesmo deixar de existir”.
O autismo não tem cura. É definitivo.
Tarcísio soltou uma nota oficial onde afirma:
“Erramos. É importante esclarecer que o entendimento do Governo de São Paulo é que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é permanente e, portanto, os direitos serão definitivos. Falhamos ao deixar passar uma redação que não deixasse clara essa postura”.
Não foi erro de redação, dele e dos seus assessores. Foi ignorância.
*Noblat/Metrópoles