Reportagem publicada na coluna nesta sexta-feira definiu o rumo da crise entre o Planalto e o alto comando da força.
O presidente e seus auxiliares mais próximos entendiam que Arruda e outros altos oficiais foram, no mínimo, lenientes com os radicais bolsonaristas que no dia 8 de janeiro destruíram as sedes dos três poderes.
Uma parcela relevante dos terroristas, como se sabe, estava acampada na frente do quartel-general do Exército, onde alguns prepararam bombas para explodir na capital da República.
Lula chegou a manifestar publicamente sua desconfiança de que militares facilitaram a ação da turba. Falou até dos indícios de que as portas do Planalto, que são guardadas por homens do Exército, foram abertas para os terroristas.
O presidente também se queixou da atitude de Arruda de impedir que a Polícia Militar do Distrito Federal, já sob o comando de um interventor nomeado por ele, prendesse, ainda na noite do dia 8, radicais bolsonaristas que haviam voltado para o acampamento em frente ao QG depois dos atos. Blindados do Exército foram atravessados na via pela qual os PMs poderiam chegar ao local.
Foi Arruda, comandante do Exército até este sábado, quem chamou para si a decisão de impedir que as prisões fossem feitas. As conversas dele naquela noite com integrantes do governo federal, incluindo o ministro Flávio Dino, da Justiça, não foram boas. A leitura que se fez no Planalto foi a de que o general estava protegendo os golpistas.
*Com Metrópoles