Se a Policia Militar falhou em não barrar os quase 170 ônibus que chegaram ao Distrito Federal, o Exército não poderia ter falhado em impedir que os invasores chegassem ao gabinete presidencial.
Segundo o Valor, a invasão dos Três Poderes neste domingo não teve a conivência apenas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, mas também do Exército Brasileiro. A Força tem dois batalhões que se revezam no subsolo do Palácio do Planalto, o Regimento de Cavalaria de Guarda e o Batalhão da Guarda Presidencial.
As duas Forças respondem ao Comando Militar do Planalto e têm, como sua função primeira, a proteção do palácio presidencial. Se a Policia Militar falhou em não barrar os quase 170 ônibus que chegaram ao Distrito Federal, o Exército não poderia ter falhado em impedir que os invasores chegassem ao gabinete presidencial. Demonstra que faltou comando para movê-los no cumprimento de suas funções.
Se a omissão da Polícia Militar do Distrito Federal pode ser resolvida com uma intervenção do Distrito Federal, que é decretada pelo presidente da República e aprovada pelo Congresso Nacional, que pode ser convocado do recesso para este fim, a inação das forças do Exército depende da ação do comandante do Exército.
Se o governador do Distrito Federal e o secretário de segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, se ausentaram de Brasília e reagem pró-forma nas redes sociais condenando as invasões, ainda não há qualquer declaração das Forças Armadas a missão já vinha patente desde as manifestações em frente aos quartéis.
Se o ministro da Justiça, Flavio Dino, se precipitou em elogiar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pela segurança da posse, quando Anderson Torres já havia sido escolhido para a Segurança, o ministro José Múcio também errou na complacência com as manifestações em frente aos quartéis.
Ele chegou a dizer que estas manifestações são democráticas e têm a participação de seus familiares. Em seu discurso de posse, deu por debelada a crise e apostou na institucionalidade da atuação das Forças Armadas.