Feder mantém via offshore ações de empresa contratada pela Educação

Feder mantém via offshore ações de empresa contratada pela Educação

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Recém-empossado no cargo, Renato Feder, é acionista de empresa sediada em paraíso fiscal que possui contratos de cerca de R$ 200 milhões com a pasta sob sua responsabilidade.

De acordo com o Metrópoles, novo secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, permanece como acionista de uma empresa sediada em um paraíso fiscal e que mantém contratos de cerca de R$ 200 milhões com a pasta que está sob sua responsabilidade. Feder foi empossado no cargo esta semana pelo esta semana governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com sede no estado de Delaware (EUA), conhecido paraíso fiscal, a empresa Dragon Gem LLC, que pertence a Feder, detém 28,16% das ações da Multilaser Industrial S/A, principal fornecedora de equipamentos de informática da Secretaria da Educação no governo paulista.

Em dezembro, logo após Tarcísio confirmar que Feder seria o titular da Educação de seu governo, o Metrópoles revelou que a Multilaser já havia recebido R$ 192 milhões em contratos com a pasta, entre 2021 e 2022, durante as gestões tucanas de João Doria e Rodrigo Garcia.

Na ocasião, Feder, que foi co-CEO da Multilaser por 15 anos (entre 2003 e 2018), anunciou que deixaria o cargo que tinha no conselho de administração da companhia — antes de ser anunciado por Tarcísio, ele era secretário da Educação do governo Ratinho Júnior (PSD) no Paraná.

Além de garantir o desligamento da empresa, Feder afirmou por meio da nota que, enquanto fosse secretário da Educação, a Multilaser não fecharia novos contratos com o governo. Ele disse ainda que iria instaurar um comitê de governança na secretaria para evitar possíveis casos de conflito de interesse.
Novos contratos

A menos de dez dias da posse de Feder como secretário da Educação, ocorrida no último domingo (1º/1), a secretaria assinou três novos contratos com a Multilaser, no valor de R$ 200 milhões, para compra de notebooks educacionais para as escolas estaduais e de aparelhos de celular para professores e alunos.

O primeiro deles, de R$ 76 milhões, foi assinado pela coordenadoria responsável por informação e tecnologia da secretaria no dia 21 de dezembro. A segunda compra foi efetivada no dia 29 de dezembro, por R$ 16 milhões. Já o último e maior contrato, de R$ 108 milhões, foi assinado no dia 30 e publicado Diário Oficial no dia do Réveillon.

Todos os contratos são decorrentes de licitações realizadas pela Secretaria da Educação durante o governo tucano. No caso dos notebooks educacionais, a Multilaser ficou com dois lotes e se tornou a maior fornecedora de equipamentos para a pasta, à frente das concorrentes Positivo e Lenovo.

Os contratos preveem o fornecimento de quase 97 mil computadores e estabelecem que a empresa dará garantia e manutenção às peças por um ano, até dezembro de 2023. Desta forma, caberá à secretaria comandada por Feder fiscalizar a execução dos contratos com a empresa da qual ele é acionista e de suas concorrentes.

Resta acompanhar.

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