(O texto a seguir não é baseado em fatos reais)
Tenente do Exército – Olá, sr. golpista. Bom dia.
Tenente do Exército – Vou precisar que o sr. e seu grupo de acampados saiam da porta do quartel.
Golpista – Como assim? Só vamos sair quando a posse do Lula for revogada.
Tenente do Exército – Infelizmente, eu recebi ordens para retirar vocês daqui.
Golpista – Não vamos sair. Somos pessoas de bem, patriotas defendendo o futuro do Brasil.
Tenente do Exército — Desculpe, mas a polícia informou que o atentado terrorista desbaratado no sábado foi planejado aqui, nesse acampamento.
Golpista – E o que há de tão problemático nisso? Um explosivozinho à toa? E nem explodiu!
Tenente do Exército – Mesmo assim, é algo grave. Além disso, só o fato de o grupo estar exigindo intervenção militar já configura crime.
Golpista – Quem definiu isso?
Tenente do Exército – A lei.
Golpista – E desde quando as Forças Armadas precisam seguir a lei? Só faltava essa, o Exército obedecer às determinações do Xandão…
Nesse momento, os funcionários do DF Legal, grupo encarregado da prevenção de invasões no Distrito Federal, saem de seus veículos para dar início à retirada do acampamento. O grupo golpista se revolta e parte para cima dos servidores.
O clima de tensão se instala, mas dura pouco. O tenente recebe uma chamada de celular e logo em seguida a operação de retirada dos acampados é interrompida.
Tenente do Exército – Recebi ordens superiores para abortar essa missão, sr. golpista. Vocês podem ficar.
Golpista – Claro! Não tinha dúvida de que ficaríamos. Seria um absurdo vocês desalojarem esse acampamento de patriotas que lutam contra o comunismo, a ideologia de gênero e a venezualização do Brasil… Não podemos ser tratados como qualquer professor grevista ou militante do MST.
Tenente do Exército – Certo.
Golpista – Antes que o sr. volte para dentro do quartel, posso pedir uma coisa?
Tenente do Exército – Claro.
Golpista – Poderia trazer para mim um cafezinho? Faz tempo que não tomo um café…
Tenente do Exército — Pois não. Açúcar ou adoçante?
Golpista – Duas gotas de adoçante, por favor.
Tenente do Exército – Algo mais, sr. golpista?
Golpista – Não. Obrigado.
Tenente do Exército – Com licença.
O militar se retira e a vida no acampamento volta à sua estranha rotina.
*Chico Alves/Uol