Servidores terceirizados caíram de 40, em 2018, para dois neste ano, e fundação ainda sofre com problemas estruturais.
De acordo com a Folha, a maior queda está entre os colaboradores terceirizados, geralmente responsáveis por serviços como limpeza e segurança. O número caiu de 40, em 2018, para dois neste ano.
Os demais funcionários, entre comissionados e os ativos permanentemente na instituição, caíram para 34 em 2022. A quantidade de estagiários também foi reduzida de 18 para três.
A Fundação Palmares foi um dos principais ringues ideológicos do bolsonarismo nos últimos quatro anos. Sérgio Camargo, que dirigiu a instituição até março deste ano, protagonizou uma série de polêmicas a frente do principal órgão de valorização preservação da cultura negra no país.
Ele chegou a excluir 27 nomes de uma lista de personalidades homenageadas pela fundação, fez uma série de ataques públicos a artistas e sugeriu mudar o nome da Palmares para Princesa Isabel.
As ofensivas aconteceram enquanto o orçamento também era reduzido. Em 2018, antes da gestão bolsonarista, a fundação contava com R$ 29,32 milhões. Já no primeiro ano de governo Bolsonaro, o valor foi reduzido a R$ 25,36 milhões, atingiu o menor número em 2021, com R$ 23,78 milhões, e foi de R$ 24,85 milhões neste ano.
A avaliação de grupos de trabalho do governo de transição, que fez uma visita técnica à instituição na semana passada, é de que a Palmares está hoje numa situação alarmante.
Além das questões orçamentárias e da falta de braço para tocar os trabalhos, as equipes ainda encontraram acervo sem condições apropriadas de preservação, problemas sanitários, como infiltrações e banheiros sem revestimento, e problemas de acessibilidade.