O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, atendeu a uma demanda do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao apresentar nesta terça-feira (22) o relatório do partido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o pedido de anulação de parte dos votos do segundo turno.
A iniciativa foi acertada nos últimos dias com a participação direta de Bolsonaro, mesmo com o presidente recluso no Alvorada ainda em tratamento da erisipela.
Horas antes da entrega do documento, Bolsonaro recebeu na residência oficial da Presidência o engenheiro Carlos Rocha, autor do estudo técnico do PL.
Apesar de ceder à pressão do presidente, segundo apurou o UOL, Valdemar, em uma espécie de vacina, conversou com alguns membros do judiciário para falar sobre o resultado do documento.
Uma das conversas foi com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, na última segunda-feira (21). Valdemar tentou justificar a iniciativa ao magistrado, mas sinalizou que sabe das dificuldades para que ela prospere.
Valdemar tentou justificar a iniciativa ao magistrado, mas sinalizou que sabe das dificuldades para que ela prospere.
Logo depois da entrega do relatório, Moraes cobrou que o PL apresente dados que englobem o resultado do primeiro turno em até 24 horas.
O PL de Valdemar elegeu a maior bancada da Câmara nas eleições deste ano. Até mesmo fontes do entorno do presidente admitem que o comportamento de Valdemar, “um político esperto”, é esperado.
A avaliação é que o presidente do PL faz o jogo de cena de agradar o presidente e, com a ação, passa a ter o discurso de que “tentou reverter a injustiça sofrida por Bolsonaro”.
Bolsonaro ainda tem esperança de ‘investigação’
Auxiliares de Bolsonaro dizem que, na visão do presidente, as denúncias seriam graves e precisam ser apuradas.
O entorno do presidente, no entanto, também não acredita na possibilidade de anulação da eleição, mas alguns ressaltam que é preciso “investigar tudo que foi dito” no relatório.
Aliados do entorno político do presidente também dizem que a iniciativa não terá efeito nenhum, mas afirmam que Bolsonaro tem o direito de pedir apuração, já que – apesar de resignado – ele ainda continua a afirmar que foi derrotado em uma disputa desleal “contra o sistema”.
*Com Uol