Embora a transparência e a segurança do processo eleitoral brasileiro já tenha sido plenamente comprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma ala do bolsonarismo, incluindo o próprio presidente Jair Bolsonaro, insiste em levantar dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas.
Incorporando esse discurso absurdo, as Forças Armadas fizeram afirmações sobre o processo eleitoral que em nada ajudam e apenas tumultuam o ambiente eleitoral. Nesta quarta, 10, mantiveram dúvidas no ar.
Mas como começou todo o imbróglio que ficará para sempre marcado na história do Brasil? E de que forma Alexandre de Moraes atuou para conter o avanço das fakenews bolsonaristas contra as urnas?
A começar pelas críticas e pedidos de incentivo à participação das entidades fiscalizadoras no processo, já realizada pelo TSE por meio de resoluções, da criação de comissões de transparência e a abertura do código fonte dos programas do sistema de votação.
Os militares também sugeriram que as urnas de modelos antigos, anteriores a 2020, não tenham passado por auditoria e fiscalização. O TSE desmentiu a informação e deixou claro que os equipamentos antigos estão em uso desde 2010 e já passaram várias etapas de fiscalização.
Em outra alegação inverídica, os militares apontam que cinco modelos de urnas usadas na eleição registraram mais votos para um do que para o outro candidato e nenhum delas teria passado pelo teste de segurança. O TSE enfatiza que a informação é falsa e que as urnas passaram por testes.
As Forças Armadas também questionaram as seções que registraram 100% dos votos para um candidato. O TSE explica que o fato ocorre principalmente em comunidades isoladas, por razões culturais e históricas.
Outra alegação das Forças Armadas foi a de que o nível de confiança da amostra de urnas que compõe o teste de integridade é baixo. O TSE afirma que o nível de confiança é superior a 99%, que houve ampliação na amostragem de urnas submetidas ao teste, enfatizando a eficácia do teste de integridade com a biometria dos eleitores.
Para os militares, o TSE também deveria dar destaque à possibilidade de o código-fonte inspecionado em 2021 poder sofrer alteração até a cerimônia de lacração. Segundo o tribunal, a sugestão foi incluída no Plano de Ação da Comissão de Transparência das Eleições e as entidades legitimadas a fiscalizar o código fonte foram ampliadas.
As Forças Armadas também questionaram que a totalização dos votos seja feita de maneira centralizada no TSE. Para os militares, ela deveria ser feita ao mesmo tempos pelos tribunais regionais. Em resposta, o TSE afirmou que a centralização foi sugestão da Polícia Federal para diminuir a superfície de ataque de hackers.
Os militares também questionam o padrão de diferença de votos entre as urnas de 2020 e outros modelos e a estatística baseada na distribuição de urnas por modelo. O TSE esclarece que o software é único e segue um mesmo padrão, independentemente do modelo de urna utilizado na eleição, e passa por várias verificações.
O tribunal também afirma que distribui as novas urnas eletrônicas em substituição aos modelos mais antigos e o parque de urnas não é homogêneo nas unidades da federação. Em cada estado, os TREs distribuem as novas urnas conforme sua conveniência logística.
Sobre a alegação de que há diferenças no padrão de votação em um mesmo local, o tribunal esclarece que até nos estados onde os TREs misturaram urnas novas com antigas, em um mesmo município, não há nenhum caso de mistura de modelos de urna dentro de um mesmo local de votação. Trata-se, portanto, de uma falsa afirmação.
Para todos os questionamentos levantados, o TSE comprova que o sistema é seguro e transparente. A busca por um terceiro turno e a vontade de tumultuar o processo eleitoral contaminou o bolsonarismo e, infelizmente, os militares. O próximo capítulo será o presidente Jair Bolsonaro usar os “riscos” levantados pelos militares para incendiar a extrema-direita outra vez.