Presidente do TSE afirma que responsáveis por atos golpistas contra o resultado eleitoral serão punidos
Segundo a Folha, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, chamou de criminosos e disse que serão punidos os grupos bolsonaristas que contestam a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Os eleitores, em maioria massacrante, são democratas. Aceitaram democraticamente o resultado das eleições. Aqueles que criminosamente não estão aceitando, aqueles que criminosamente estão praticando atos antidemocráticos serão tratados como criminosos”, disse Moraes em sessão do tribunal desta quinta-feira (3).
A corte declarou Lula eleito presidente no domingo (30), com 50,9% de votos, contra 49,1% de Bolsonaro. Grupos bolsonaristas passaram a contestar o resultado do pleito em atos golpistas com bloqueios nas estradas e pedidos de intervenção militar em frente a quartéis.
As manifestações antidemocráticas em frente a prédios das Forças Armadas têm o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Moraes ainda disse que os “movimentos criminosos” serão “combatidos e os responsáveis apurados e responsabilizados sob a pena da lei”.
O presidente do TSE foi peça-chave da eleição de 2022. Empossado em agosto, ele centralizou ações da corte, endureceu punições a redes sociais para enfrentar as fake news e tomou decisões consideradas controversas.
Depois do segundo turno, o ministro ainda assinou decisões sigilosas do tribunal para derrubar perfis e grupos das redes sociais que apoiavam atos golpistas nas estradas, como a página da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Moraes disse que Lula e Geraldo Alckmin (PSB), eleito vice-presidente, serão diplomados até 19 de dezembro e vão tomar posse em 1º de janeiro de 2023. “Isso é democracia, isso é alternância de poder, isso é Estado republicano”, afirmou.
“Não há como se contestar um resultado democraticamente divulgado com movimentos ilícitos, antidemocráticos, movimentos criminosos que serão combatidos e responsáveis apurados e responsabilizados sob a pena da lei”, disse Moraes.
O ministro ainda declarou que “a democracia venceu novamente” no Brasil.
Desde o início da semana, apoiadores de Bolsonaro fazem atos com pedido de golpe militar em diferentes pontos do país. Eles cobram a ação das Forças Armadas para uma intervenção militar após a vitória de Lula nas eleições presidenciais.
O petista foi eleito pela terceira vez e assumirá um novo mandato em 1º de janeiro. Já Bolsonaro, que repetiu declarações golpistas ao longo de seu mandato, amargou uma inédita derrota de um presidente que disputava a reeleição no país.