No Brasil real, o preço dos alimentos, que são de uso geral da população, tornou-se algo indescritível. O que acontece nos últimos dias, dentro dos supermercados, é algo surreal, difícil até de descrever e atinge não mais somente os pobres, mas a classe média, sobretudo a remediada.
Os consumidores estão em pânico diante de um processo hiper inflacionado dos alimentos que vinha num crescente e que Bolsonaro dizia ser por culpa da gasolina. Bolsonaro mentiu miseravelmente outra vez.
A hiper inflação no Brasil tem vida própria e, nos últimos dias, virou um bicho solto, numa competição entre supermercados de quem impõe preços maiores, uma competição às avessas.
Esse quadro de orgia econômica só é possível em um governo que é a própria orgia, mas principalmente pela debilidade da pasta comandada por Guedes e exaltada por Bolsonaro, que vivem uma realidade paralela que nem de longe ou em pensamento tem capacidade de mensurar o tamanho dessa tragédia escancarada nas prateleiras dos supermercados.
Sim, eu sei que os preços estão pela hora da morte há muito tempo, mas esse sprint em que houve uma subida vertiginosa nos últimos dias, com aumento médio que passa e muito de 20% em três rotações da terra, nem na época do pior descontrole de Sarney e Collor, herdeiros da hiper inflação de Figueiredo, se tem notícia.
Não se trata de remarcação de preços diários como ocorria, é uma pancada violenta que ocorre de dois em dois dias ou, no máximo de três em três, sem qualquer pudor, explicação ou malabarismo retórico que dê conta da hecatombe econômica que vivemos nos preços dos alimentos.
É coisa que Bolsonaro não comenta e nem quer ouvir falar.
Possivelmente, Lula, no debate de domingo, na Band, focado na fome do povo, fará um cerco para que Bolsonaro explique a tragédia econômica e social em que enfiou o país, tema que Lula conhece como poucos, sobretudo com soluções concretas e viáveis que jamais foram consideradas por esse governo, que é incapaz de um gesto de grandeza social para amenizar o sofrimento da população.
A verdade é que os preços dos supermercados se transformou numa epidemia inflacionária jamais vista nesse país.