Durante evento de campanha em Salvador, nesta quarta-feira (12/10), o petista disse que vai ser preciso “fazer uma política tributária correta”.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quarta-feira (12/10) que é preciso criar uma “política tributária correta” e progressiva. “Quem ganhe mais, pague mais”, acrescentou o candidato em discurso à imprensa em Salvador, Bahia, antes de participar de uma caminhada pelas ruas da cidade.
“Tem muita gente ganhando pouco, e muitos poucos ganhando muito. E tem que ter uma inversão. Nós vamos ter que fazer uma política tributária correta. Não é possível que um trabalhador que vá comprar 1 quilo de feijão pague o mesmo imposto que paga o presidente do Santander”, disse Lula à imprensa, antes de participar de uma caminhada na capital baiana. O petista citou que pretende isentar do Imposto de Renda os trabalhadores que ganhem até R$ 5 mil reais. “É preciso que haja uma política tributária progressiva, em que quem ganhe mais, pague mais”, completou.
Lula disse ainda que quem ganha a partir de seis salários mínimos no Brasil é considerado rico, com renda entre as 10% maiores do país. O valor, atualmente, seria de R$ 7.272.
Outra proposta do ex-presidente é aprovar um projeto de lei que regulamente paridade de salários entre homens e mulheres que ocupem o mesmo cargo e que tenham currículos equivalentes. A medida foi recentemente incorporada ao programa de governo de Lula em troca do apoio da senadora Simone Tebet (MDB). “Muitas vezes a mulher trabalha fora e ela já conquistou o mercado de trabalho, e o homem ainda não foi para a cozinha. Nós precisamos, enquanto homens, evoluir para participar e compartilhar as chamadas tarefas domésticas”, disse Lula.
Em alusão ao Dia das Crianças, celebrado nesta quarta (12/10), o petista disse ainda que fica imaginando “quantas crianças nesse país levantaram de manhã sem ter um café para tomar. Quantas crianças vão dormir sem ter o alimento necessário para comer. Não vou nem dizer o presente”.
Bolsonaro comeu picanha de “R$ 1.200 o quilo”
Durante discurso, Lula não deixou de fazer ataques ao adversário no segundo turno, Jair Bolsonaro (PL). “Nós não temos governo. Nós temos uma pessoa que exerce o cargo da Presidência que nunca se reuniu com sindicalistas. Que nunca se reuniu com ninguém do movimento negro. Que nunca se reuniu com ninguém do movimento de mulheres. Que nunca se reuniu com prefeitos – agora ele está se reunindo por causa das eleições”, criticou o ex-presidente.
“Eu falo da picanha, com a gordurinha, com a cervejinha gelada porque é a melhor parte do churrasco. Esses dias o Bolsonaro ficou nervoso. ‘O Lula tá mentindo falando da picanha'”, ironizou o petista. “Uai. Ele outro dia comeu uma picanha que custa R$ 1.200 o quilo, enquanto a gente está vendo nossas mulheres irem no açougue pegar osso ou carcaça de frango para comer”, completou.
Em 2021, uma foto da comemoração do Dia das Mães feita no Palácio do Planalto mostra Bolsonaro segurando uma picanha Wagyu em uma embalagem com seu rosto. A carne era vendida por R$ 1.799 em um frigorífico de Goiás.
*Com Correio Braziliense