Um décimo dos eleitores brasileiros escolheu em quem votar para presidente da República no dia da eleição ou na véspera, segundo pesquisa do instituto Datafolha. O percentual é menor do que em 2018, e mostra uma definição alta para os padrões brasileiros. No último pleito presidencial, 18% escolheram nos dois últimos dias.
A pesquisa, encomendada pela TV Globo e pela “Folha de S.Paulo”, mostra que 7% dizem ter escolhido candidato a presidente no dia da eleição e 3%, no dia anterior. Em 2018, 12% se definiram no dia e 6%, na véspera, segundo pesquisa do mesmo instituto.
A pesquisa foi publicada pela “Folha” e pelo G1. O levantamento mostra ainda que o percentual de eleitores decididos pelo menos um mês antes do primeiro turno foi de 81%, mostrando uma eleição muito mais definida do que há quatro anos, quando apenas 63% tinham um candidato escolhido a pelo menos um mês da eleição.
Os que decidiram de última hora são 25% dos que votaram em Simone Tebet (MDB) e 18% dos que escolheram Ciro Gomes (PDT), segundo a pesquisa. Entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL), o percentual é menor. Apenas 8% escolheram votar em Lula no final de semana da eleição, e 7%, em Bolsonaro.
Para os demais candidatos, havia menos definição. A pesquisa indica que 63% dizem ter escolhido o candidato a governador com um mês de antecedência e 17% no final de semana da eleição. Para o Senado e a Câmara dos Deputados, 50% estavam decididos a ao menos um mês do dia do pleito, e 25%, nos últimos dois dias.
Nas Assembleias estaduais, o momento da decisão foi semelhante. Entre os eleitores, 49% diz ter decidido o voto em um candidato a deputado estadual a pelo menos um mês da eleição e 26%, na véspera ou no próprio dia de ir às urnas.
A pesquisa foi realizada de quarta-feira a sexta, 5 a 7 de outubro, e tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em pesquisa divulgada neste sábado, o Datafolha perguntou também a eleitores que temas eles consideram mais importantes para a decisão de voto a presidente no segundo turno. As respostas foram corrupção (85%), crime (85%), direitos trabalhistas (83%), democracia (82%) e emprego (82%) como os mais citados.
Entre os fatores que menos pesam na decisão de voto, segundo os itens escolhidos para a questão estimulada, estão a orientação de um líder religioso (54%) e a manutenção do Auxílio Brasil a R$ 600 (65%).