Os gastos do governo federal na celebração do bicentenário da Independência, realizada no último dia 7 de Setembro, em Brasília, superaram as despesas das últimas quatro festas juntas.
No total, foram empenhados pelo menos R$ 4,059 milhões para o desfile deste ano. A informação foi repassada pelo Ministério das Comunicações ao Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
O montante é referente a cinco contratos fechados para a realização da cerimônia. No entanto, o custo dessas celebrações pode ser maior, uma vez que esses dados não incluem, por exemplo, os gastos das Forças Armadas – que disponibilizam tropas e carros para o desfile.
A festa do Sete de Setembro foi cancelada em 2020 e 2021, em razão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
De 2016 a 2019, contudo, as quatro celebrações tiveram, juntas, custo total de R$ 3,675 milhões – valor ainda menor que o deste ano. Em 2016, o governo desembolsou R$ 1,1 milhão; em 2017, R$ 787,5 mil; em 2018, R$ 816,9 mil; e em 2019, primeiro ano de Jair Bolsonaro na Presidência, R$ 971,5 mil.
Uma semana após o bicentenário da Independência, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu Bolsonaro e o vice dele, general Braga Netto (PL), de veicularem propaganda política com imagens da festa. Também foi fixada multa diária de R$ 10 mil.
Há ainda despesas de R$ 190 mil com a confecção de três pórticos, R$ 90 mil com canhões de luz, R$ 1,2 mil com camisetas e R$ 165 mil com projeção mapeada no Museu Nacional e no Congresso. Essas informações foram levantadas pela reportagem no site Comprasnet.
O Ministério das Comunicações e a Presidência da República foram procurados para explicarem os gastos. Não houve resposta, contudo. O espaço segue aberto.
Discurso
Em discurso durante o ato em Brasília, Bolsonaro puxou um coro de “imbrochável” após falar da esposa, Michelle, e compará-la a outras primeiras-damas.
“A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro [dia do primeiro turno]. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil. Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas.”
*Com Metrópoles