Até informações ligadas à família do petista estão sendo levantadas pelo QG bolsonarista
A equipe da campanha de Jair Bolsonaro está em campo em busca de uma “bala de prata” contra Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Rodrigo Rangel, Metrópoles, o plano, admitem fontes do comando político do quartel-general bolsonarista, é conseguir algo relevante que seja capaz de minar a imagem e ampliar a rejeição do principal rival do presidente.
Em um sinal eloquente de que a campanha não descarta recorrer a baixarias, aliados de Bolsonaro afirmam, reservadamente, que as “pesquisas” em curso incluem informações relacionadas à família do petista.
Uma das principais apostas do QG envolvia o hacker Walter Delgatti, o Vermelho, peça-chave da chamada Vaza Jato, o rumoroso vazamento de mensagens do Telegram que expôs conversas de investigadores da força-tarefa da Lava Jato e foi fundamental para a soltura e a reabilitação política de Lula.
Após se aproximar de Delgatti, que chegou a se reunir secretamente com o próprio Bolsonaro em Brasília, um grupo ligado ao comitê de campanha trabalhava para que ele fizesse revelações comprometedoras contra o PT e contra o ex-presidente.
Uma das estratégias era fazer com que o hacker desse declarações indicando que a Vaza Jato foi maquinada e patrocinada pelo partido justamente para livrar Lula dos processos a que respondia.
A operação, porém, acabou prejudicada porque a trama – conduzida de maneira pouco discreta pela deputada Carla Zambelli — veio a público quando estava em pleno curso. Delgatti, como mostrou a coluna, queria dinheiro para falar.
Com o vazamento da história, na segunda semana de agosto, os chefes da campanha de Bolsonaro ordenaram que Zambelli e os demais envolvidos na aproximação com o hacker dessem um jeito de se descolar dele. Não significa, porém, que o plano tenha sido de todo descartado. No entorno de Bolsonaro, ainda há quem considere a ideia de retomá-lo – a despeito do risco de reeditar alopragens de campanhas do passado.