Assessores foram escalados para mordiscar todos os seis tipos de sanduíches que foram servidos no camarim ocupado por Bolsonaro na Band.
O comportamento paranoico e o vitimismo de Jair Bolsonaro (PL) tem aumentado à medida que a campanha eleitoral avança e as pesquisas mostram uma eventual derrota nas urnas.
No último domingo (28), antes do debate nos estúdios da Band, em São Paulo, a segurança do presidente mandou assessores provarem os sanduíches que seriam servidos na sala ocupada por Bolsonaro na emissora por medo de envenenamento.
Segundo Mônica Bergamo, Folha, a segurança de Jair Bolsonaro (PL) foi rigorosa na vistoria que fez no prédio da TV Bandeirantes antes do debate presidencial do domingo (28), organizado também por Folha, UOL e TV Cultura. Uma das medidas mais inusitadas foi pedir para que pessoas da organização do evento experimentassem os sanduíches que seriam servidos na sala em que o presidente se instalaria antes de entrar no estúdio, por temor de que algum deles estivesse envenenado.
Eram pães com seis diferentes tipos de recheios, e os escalados para a missão tiveram que morder uma amostra de cada um dos lanches servidos no camarim. O pedido da segurança surpreendeu até mesmo pessoas ligadas à assessoria do presidente.
A medida é comum quando envolve mandatários de países visados. Quando viajam, por exemplo, os presidentes dos EUA só ingerem comidas e bebidas trazidas nos aviões de seu próprio país. No Brasil, no entanto, esse tipo de cuidado sempre foi raro.
Foi também por um pedido da segurança da campanha de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que os dois não ficaram lado a lado no debate de domingo, como estava previsto.
Ao chegar no local, o presidente da República disse que não se importava de ficar ao lado de Lula, mas que não apertaria a “mão de ladrão”. O candidato do PDT, Ciro Gomes, reclamou da alteração do posicionamento no palco em suas redes sociais.
No primeiro debate presidencial na TV, o presidente se tornou o alvo preferencial dos demais candidatos. O atual chefe do Executivo, por sua vez, mirou em Lula, que se esquivou em pergunta sobre corrupção.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada neste mês, o petista lidera com 47% das intenções de voto, ante 32% de Bolsonaro, 7% de Ciro Gomes (PDT) e 2% de Simone Tebet (MDB).
O respeito às mulheres, arena em que Bolsonaro atua com desvantagem, foi o tema central do encontro. O assunto foi discutido principalmente pelas candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).