O maior problema de Bolsonaro é com as mulheres, e sempre será

O maior problema de Bolsonaro é com as mulheres, e sempre será

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No debate entre os candidatos a presidente, ele foi o pior.

Se arrependimento matasse, Bolsonaro estaria morto depois de debater durante duas horas com cinco outros candidatos a presidente na Rede Bandeirantes de Televisão.

Em termos de audiência, o debate chegou a empatar com o Fantástico, programa da Rede Globo de Televisão e campeão há décadas do horário. Pior para Bolsonaro.

Ele foi o último a chegar para o debate e o primeiro a ir embora, sem conseguir disfarçar a irritação. Virou saco de pancada de todos, menos de Luiz Felipe d’Avila (Novo), sua boca de aluguel.

Os devotos de Bolsonaro estranharam o comportamento dele na entrevista ao Jornal Nacional da última segunda-feira – um político moderado, que não destratou ninguém.

No debate, foi o Bolsonaro que se conhece, tosco, rude, desbocado, confuso ao expor suas poucas ideias e feroz nos seus ataques contra tudo e contra todos. Começou atacando a Justiça Eleitoral.

Atacou Lula chamando-o de corrupto e de ex-presidiário que tenta “voltar à cena do crime”. Atacou Ciro Gomes (PDT) relembrando o que Ciro disse no passado sobre uma ex-mulher.

E não satisfeito, atacou a jornalista Vera Magalhães, colunista de O Globo, que fez uma pergunta a Ciro sobre vacinas à época da pandemia e pediu que Bolsonaro comentasse a resposta.

A pergunta de Vera para Ciro:

“A cobertura vacinal está despencando nos últimos anos. Em que medida que a desinformação difundida pelo presidente pode ter agravado a pandemia de Covid?”

Comentário de um Bolsonaro descontrolado:

“Vera, não podia esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como esse, fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo”.

A senadora Simone Tebet (MDB) tentou defender Vera, e Bolsonaro replicou:

“Cala a boca”.

Minutos mais tarde, Bolsonaro foi obrigado a ouvir calado a senadora Soraya Thronicke (UNIÃO-BRASIL) dizer:

Quando homens são tchutchuca com homens, mas vêm para cima das mulheres como tigrão, eu não aceito. No meu estado (MS), tem mulher que vira onça. O PT nos separava, e este governo está fazendo o mesmo”.

Simone não perdoou Bolsonaro pelo “cala a boca”, e disparou:

“Não vi o presidente da República pegar a moto dele e ir a um hospital dar um abraço em uma mãe que perdeu um filho na pandemia.”

Enquanto Bolsonaro falou para sua bolha, Lula falou para além da bolha dele, acenando para Ciro com uma proposta de união no segundo turno, e para o PDT com uma vaga no seu ministério.

Nem por isso deixou de dar uma estocada em Ciro, quando recomendou que ele não viajasse a Paris durante um eventual segundo turno. Ciro viajou em 2018.

Simone foi tratada com leveza por Lula. Os dois estão mais próximos do que possa parecer. E o que ela disse sobre Bolsonaro, deixou Lula de alma lavada, poupando sua voz rouca.

*Trechos da análise de Noblat/Metrópoles

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