Líder nas pesquisas eleitorais para a Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu seus mandatos de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) e fez acenos ao candidato do PDT, Ciro Gomes, no primeiro debate entre os candidatos ao Palácio do Planalto, organizado em pool por UOL, Folha e TVs Bandeirantes e Cultura.
Acho que de vez em quando a gente tem que acreditar que nada acontece por acaso, tinha que ser ele [Bolsonaro] a me perguntar [sobre corrupção]”.
Primeiro embate envolve Petrobras O presidente Bolsonaro questionou sobre a Petrobras no governo Lula e citou ainda a delação feita pelo ex-ministro Antonio Palocci. Bolsonaro, no entanto, não disse que a delação do ex-ministro foi anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2020.
Lula voltou a falar, assim como respondeu na sabatina do Jornal Nacional, que seu governo foi o que “fez mais investigações para que apurasse a corrupção”.
“Citar números que são mentirosos, também não compensa na televisão. Aqui é importante a gente citar o seguinte: não teve nenhum Presidente da República que fez mais investigação para que a gente apurasse a corrupção do que nós fizemos”
“O Presidente precisaria estar informado de que foi exatamente no nosso governo que a Petrobras ganhou o tamanho que ganhou, com a capitalização de 70 bilhões de reais para a Petrobras crescer”.
Auxílio. Em outro embate direto entre os dois líderes nas pesquisas eleitorais ao Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que hoje de forma definitiva o valor do Auxílio Brasil é de R$ 400 e, por meio de PEC, houve acréscimo para R$ 600, valor que será mantido em 2023.
Lula rebateu e disse ser importante lembrar que a manutenção dos R$ 600 não está prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária).
Ou seja, significa que existe uma mentira no ar. Não está na LDO a manutenção de 600 reais. A segunda coisa que é inverdade, é que o PT, já faz dois anos que o PT tem reivindicado os 600 reais no Bolsa Família, a bancada do PT votou favorável, Luiz Inácio Lula da Silva.
Acenos a adversário. De olho em uma possível participação no segundo turno, Lula tentou fazer acenos ao candidato do PDT, Ciro Gomes, insinuando uma aliança.
“Ciro, eu espero nestas eleições que ele não vá para Paris” Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eu estou construindo uma aliança política com dez partidos políticos, todos os partidos de esquerda e progressistas, e nós vamos ver, se ganharmos as eleições, tentar ver, sabe, se ainda conseguimos atrair o PDT para participar conosco do governo” Luiz Inácio Lula da Silva.
Ciro é criticado por parte da esquerda por ter viajado a Paris no segundo turno das eleições de 2018, que tinha como candidatos o agora presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). Ciro, no entanto, já disse não se arrepender da decisão.
“As pessoas se esquecem que foi exatamente em 2010 e em 2009, quando chegou a H1N1, nós vacinamos, em três meses, 83 milhões de pessoas nesse país. Então, se as pessoas não são vacinadas, é irresponsabilidade de quem comanda, porque, na verdade, nós temos condições, e o Brasil é lembrado no mundo inteiro como um país de muita competência em vacinação.” Luiz Inácio Lula da Silva
Diante de ataques dos demais candidatos, Lula também tentou defender seu currículo.
“Fui absolvido na ONU, fui absolvido na primeira, na segunda instância e duas vezes na Suprema Corte.” Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente também aproveitou para abordar a questão ambiental, alvo de críticas do atual governo de Jair Bolsonaro.
“Nenhum empresário sério, que conhece a questão da relação comercial do mundo, vai fazer queimada ou vai destruir os biomas brasileiros, seja o Pantanal, seja a Amazônia, seja a caatinga, não vai”.
*Com Uol