Há quatro anos o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), era quase um ilustre desconhecido.
Uma celebridade local.
Sua notoriedade se circunscrevia à região de Araxá, cidade onde nasceu e sede da empresa que leva o nome da família e da qual foi presidente do Conselho de Administração até 2016. É também onde fica a maior jazida de nióbio do País.
Nunca havia disputado uma eleição.
Mas, em 2018, na onda do antipetismo, da antipolítica e colado em Jair Bolsonaro (a quem declarou apoio no segundo turno), ele se elegeu governador.
Candidato à reeleição, Zema já anunciou apoio a Bolsonaro num eventual segundo turno.
Durante o primeiro mandato, Zema e Bolsonaro se reuniram oficialmente, pelo menos, dez vezes. Fotos: Rede social e PR
“São almas gêmeas”, observa o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).
“Defendem as mesmas causas”, afirma o jornalista Marco Aurélio Carone, do Novo Jornal.
Na prática, Zema adotou a cartilha de Bolsonaro.
Não à toa, ao longo dos 3 anos, 7 meses e 26 dias de governo, os dois tiveram um ponto em comum: destruíram a educação pública.
Bolsonaro, no plano federal, atingindo todo o País. Zema, a do seu Estado. É considerado hoje o inimigo número 1 da educação de Minas.
“O governo Zema não nos trata como servidores, ele enxerga a luta da Educação como partidária e nós, profissionais, como inimigos a serem derrotados”, afirma a professora Denise Romano, coordenadora-geral do Sind-UTE/MG em entrevista ao Viomundo (veja vídeo acima).
Sind-UTE/MG é o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais.
“Eles não querem apenas nos derrotar, querem destruir a educação pública”, denuncia.
Minas paga aos professores da rede pública estadual de ensino um dos piores salários do País.
Além disso, desrespeita a lei do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.
É a lei 11.738, instituída em julho 2008, que, em seu texto, também diz que o piso dos docentes da educação básica deve ser reajustado anualmente em janeiro.
“Em nenhum dos quatro anos do governo Zema, o reajuste do piso foi cumprido”, salienta a coordenadora do Sind-UTE/MG.
Em 27 de janeiro de 2022, o valor mínimo do piso nacional da Educação foi de R$ 2.886,24 para R$ 3.845,63. Aumento de 33,23%. Já em MG o piso está em R$ 2.135,00
“Durante os quatro anos não houve nenhum concurso público da educação”, acrescenta. “Há ausência de política de valorização dos profissionais da área.”
*Com Viomundo