Cristiane Brasil já recebeu R$ 2,5 milhões para fazer campanha em São Paulo. É mais que o dobro do que já levou, por exemplo, Eduardo Cunha.
O PTB privilegiou a filha do comandante do partido, o ex-deputado Roberto Jefferson, na distribuição do fundo eleitoral.
De acordo com o Metrópoles, a candidata a deputada federal por São Paulo, Cristiane Brasil recebeu R$ 2,5 milhões dos diretórios nacional e estadual do partido. O valor, recebido logo no início do período oficial de campanha, já chega perto do teto permitido para os candidatos, de R$ 3,1 milhões.
A filha de Roberto Jefferson recebeu mais que a soma do que foi repassado até agora pelo PTB aos dois nomes apontados como puxadores de voto da sigla, o ex-deputado Eduardo Cunha e o comentarista bolsonarista Adrilles Jorge. Cada um levou R$ 1 milhão.
A maioria dos demais candidatos do partido ainda não recebeu um centavo sequer do dinheiro público destinado ao financiamento de campanhas.
Cristiane foi deputada pelo Rio Janeiro entre 2015 e 2019 e, assim como Eduardo Cunha, transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo para tentar voltar â Câmara dos Deputados nas eleições de outubro.
No ano passado, ela se envolveu diretamente na briga pelo comando do PTB depois que o pai se licenciou da presidência do partido.
Embora siga dando as cartas, Roberto Jefferson teve que se desligar formalmente do comando da sigla após ser preso por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de integrar a milícia digital que atenta contra a democracia.
Hoje, o partido é comandado interinamente por Kassyo Ramos, aliado de Jefferson. Mesmo em prisão domiciliar, o petebista que foi condenado no esquema do mensalão do PT se lançou candidato à Presidência da República com o discurso de que é preciso ajudar o presidente Jair Bolsonaro na campanha contra os partidos de esquerda.
O Tribunal Superior Eleitoral já proibiu Roberto Jefferson de receber recursos dos fundos eleitoral e partidário e sinalizou que deve negar sua candidatura à Presidência, como pede o Ministério Público Eleitoral, por considerá-lo inelegível.