Resta saber se conseguirão.
A ideia é convencê-lo a deixar de lado o discurso inflamado, de modo a arrefecer o pendor golpista das manifestações
Aliados de Jair Bolsonaro com posição de destaque nos partidos do Centrão e o comando político da campanha bolsonarista estão se movendo para colocar limites no plano presidencial de insuflar a militância para os festejos de 7 de setembro.
O temor do entorno mais moderado do presidente é que o chamado de Bolsonaro seja lido como um convite à violência e acabe virando mais um empecilho no já difícil projeto reeleitoral.
Dirigentes dos dois principais partidos que apoiam o governo no Congresso — o PL, sigla de Bolsonaro, e o Progressistas, cujo comandante é o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira — já levaram a preocupação ao próprio presidente.
Eles entendem que, sim, é interessante para a campanha colocar apoiadores nas ruas, mas ressalvam que é preciso redobrar o cuidado para que os militantes bolsonaristas não promovam atos violentos e para que as atitudes do presidente de agora em diante não sejam lidas como tentativas de inflamar as ruas.
Há um movimento para fazer com que Jair Bolsonaro ao menos amenize o discurso contra o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.
O candidato a vice na chapa, general Walter Braga Netto, e o senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do presidente, foram escalados para tentar convencer Bolsonaro a moderar o discurso e, ao mesmo tempo, conter o pendor golpista das manifestações.
Os principais envolvidos na operação, porém, sabem que a tarefa é difícil, quase impossível. “Sabemos que ele dificilmente topará fazer, por exemplo, um pedido para que os militantes não exagerem”, diz uma pessoa próxima.
*Com Metrópoles