Eleições de 2022 colocam futuro do Brasil em jogo

Eleições de 2022 colocam futuro do Brasil em jogo

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Não existem dúvidas de que o momento que o Brasil vive é decisivo. Muitos analistas brasileiros e estrangeiros concordam que as Eleições presidenciais no Brasil são um dos acontecimentos mais importantes no Mundo em 2022. Este não é um país qualquer, é o quinto maior país do Mundo, com um extenso litoral e uma das populações mais expressivas do Mundo ocidental. Mas não é somente isso que coloca as Eleições de 2022 em evidência e sim os rumos das parcerias multilaterais como os BRICS.

O Brasil muito possivelmente será atingido pela grande recessão econômica aguardada para 2023 e não importa qual presidente assumir, esta bomba irá estourar. Entretanto é com Lula que o Brasil tem melhores condições de retomar e estreitar laços profundos com os BRICS em um momento que fica cada vez mais claro que o futuro da Economia Global é a China e não mais o Ocidente. Fala-se muito que a elite econômica atlanticista aposta alto na recessão como estratégia para garantir sobrevida à sua lógica de dominação uma vez que a maior parte destes países já se prepara para uma mudança da matriz energética global. Acelerar a recessão implica diminuir a demanda por combustíveis fósseis dos quais diversos países emergentes e ou do terceiro Mundo dependem. Esse colapso dos combustíveis fósseis colocaria novamente meio Mundo à mercê dos EUA e da União Europeia.

O que poucos se atentam é que a China já entendeu o recado e visa ampliar o escopo das novas rotas da seda (o projeto One Road, One Belt) por diversos países do Mundo o que inclui África e América Latina. A China aguarda ansiosamente os desfecho eleitoral no Brasil para dar sequência a uma grande projeto de investimentos em infraestrutura no país e que terá repercussões nos demais países da América do Sul, aquecendo a economia local e ampliando os laços comerciais e estratégicos do dragão chinês. O mesmo já ocorre na África há alguns anos.

Ou seja, no Brasil não estamos apenas decidindo se um governo é fascista ou não fascista, estaremos decidindo um melhor posicionamento do Brasil na mudança de gravidade econômica que ocorre no Planeta neste exato momento. Talvez por este mesmo motivo os EUA considerem cutucar “onça com vara curta” para avaliar se consegue ganhar tempo uma vez que pode já ter perdido total controle do processo eleitoral no Brasil. Uma vez que a famigerada “terceira via” não decola, os EUA talvez considera a eleição do Lula à contragosto enquanto tenta provocar diretamente a China com o imbróglio de Taiwan. Em meio à derrota do front do leste europeu com a questão da Ucrânia, muito se noticiou e comentou sobre a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi à Taiwan neste semana. Esta visita é vista por Pequim como uma afronta e uma provocação já que na ilha rebelde há muita coisa em jogo, ou seja, não é uma luta por uma simples política afirmativa da China Popular e sim o fato de Taiwan ser o principal polo industrial de chips de alta tecnologia do Planeta expresso pela empresa TMSC, tecnologia ainda não dominada por completo pela China. A conquista de Taiwan é o elo que dará o passaporte definitivo para que a China Popular consiga a liderança mundial da Quarta Revolução Industrial. Além disso, Taiwan é um ponto estratégico avançado do imperialismo americano na região, o que é visto pela China como uma intimidação permanente dos negócios chineses na região.

A estratégia americana talvez é a de provocar uma tensão militar duradoura no Pacífico como forma de atrasar ou mesmo minar as pretensões mais abrangentes do projeto One Road, One Belt. Embora os EUA considerem que a eleição de Lula é difícil de ser contornada num primeiro momento, acredita que a melhor aposta do momento é sufocar o dragão chinês.

A situação guarda similaridades distantes com o quadro do Brasil na Revolução de 1930. Na ocasião, a economia do Brasil passava por grandes transformações aceleradas pela grave crise de 1929 que afetou frontalmente a economia cafeeira dominada pelas oligarquias paulistas que, por sua vez, possuíam ainda muitos laços com o decadente imperialismo britânico. O que se soube posteriormente é que a mudança de perspectiva no Brasil a partir da Revolução de 1930 não só reduzia a dependência do Brasil do Café como abria a possibilidade de atender a demanda do crescente imperialismo norte-americano e seus negócios na América Latina por meio da abertura de novos mercados consumidores voltados para a indústria automobilística. Aquela política exigia um país mais urbano e industrializado o que provocou um processo virtuoso de crescimento econômico no Brasil, embora com altos laços de dependência.

Guardadas as devidas proporções, a Eleição de 2022 no Brasil possui muitas lembranças com esse passado de quase um século atrás quando novamente o Brasil se vê disputado por potências estrangeiras, uma em decadência e outra em ascenso. Para o Brasil, ampliar os laços com a China será uma importante cartada para amortecer os impactos devastadores da Recessão aguardada para 2023 porque a retomada da aliança com os BRICS exigirá investimentos massivos em infraestrutura no Brasil que por sua vez responderá por uma grande onda de criação de empregos e incremento de um pujante mercado interno consumidor. Que os dados sejam lançados!

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