Sabe quem são os culpados por comparecer sem máscara e contrariando as orientações médicas a eventos promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19?
Os que compareceram, ora, jamais Bolsonaro que os convocou, concluiu a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo ao pedir o arquivamento das denúncias da CPI contra ele.
Não eram obrigados a comparecer. Não foram coagidos para tal. Não estavam proibidos de usar máscara. Poderiam ter mantido o distanciamento recomendado pelos médicos. São culpados.
Bolsonaro foi avisado por um aliado de irregularidades nas negociações do Ministério da Saúde para a compra de vacinas e fez vista grossa? Ele não era forçado a agir diante de suspeitas.
O bom patriota é estimulado a avisar às autoridades que um eventual crime está para ser cometido, o presidente da República, não. Ou melhor: Bolsonaro, no entendimento de Lindôra, não.
Também não cabe incriminá-lo por ter prescrito drogas ineficazes para o combate à pandemia como a cloroquina e outras. Porque ele sinceramente acreditava que elas funcionam. Uma pena que não.
Acreditava baseado no quê se a Organização Mundial da Saúde dizia que elas não eram eficazes e o resto do mundo não as adotou? Baseado em algumas coisas que ele leu ou que lhe disseram, pois.
A Procuradoria-Geral da República é o único órgão com poderes para propor ações contra o presidente na área criminal. Se não propõe, o Supremo Tribunal Federal não pode acolhê-las, e ponto.
Ali foi posto Augusto Aras, o procurador, que escalou seu time de auxiliares. Em troca de barrar ações contra Bolsonaro, Aras esperava ganhar uma vaga de ministro do Supremo. Ainda espera.
Se os desavisados esperavam que ele agisse como um servidor exemplar da Justiça, o problema é dos desavisados, dele não. Aras é um servidor exemplar de Bolsonaro, e estamos conversados.
*Noblat/Letrópoles