Advogado e pré-candidato a deputado federal diz que instituições foram excessivamente cuidadosas ao reagir a Bolsonaro.
O advogado e pré-candidato a deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, Wadih Damous, criticou a complacência das instituições de poder diante das declarações de Jair Bolsonaro durante uma reunião com embaixadores, em que o chefe de governo atacou as urnas eletrônicas em uma tentativa de colocar em dúvida a credibilidade do sistema de votação.
Segundo Wadih, há um excesso de “cálculo político” entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira; do Senado, Rodrigo Pacheco; e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. “Deveria haver uma ação imediata articulada dos chefes de Poderes. Mas é difícil que isso aconteça com Fux, na Presidência do STF, Lira, na Presidência da Câmara, e Pacheco, na Presidência do Senado. Eles são excessivamente diplomáticos e cuidadosos. É sempre a condenação do gesto e não do autor do crime. Tem que ser dito à população brasileira que o Presidente da República está mentindo e praticando crimes. É um traidor da pátria. Não compactuo com esse comportamento dócil, que fica no meio do caminho e não vai além, nos termos da Constituição”, defendeu.
Nesse contexto, são necessárias ações eficazes e rápidas para impedir que Bolsonaro continue cometendo crimes. Wadih defendeu uma medida simples: negar o registro eleitoral do chefe de governo.
“Não adianta falar que não há mais tempo para o devido processo legal. A medida mais eficaz contra Bolsonaro é negar o seu registro eleitoral. É o que pode ser adotado imediatamente. Obviamente, não há tempo para impeachment. Mas acho muito difícil que isso aconteça, porque tem o cálculo político movido pelo excesso de cautela, ou, melhor dizendo, pelo medo”, disse. “Não se pode admitir que o Presidente da República pratique crimes se valendo dos mecanismos oficiais da Presidência da República”, enfatizou.
*Com 247