Nunca o covarde brasileiro foi tão valente para exercer suas covardias

Nunca o covarde brasileiro foi tão valente para exercer suas covardias

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Por Moisés Mendes

O covarde teve as muitas faces da sua covardia potencializadas pelo bolsonarismo. É mais um fenômeno social verde-amarelo do século 21.

Não há nada de impacto, em resposta ao assassinato de Foz de Iguaçu, além das vozes previsíveis da resistência ao fascismo. Só as mesmas vozes de sempre.

Os empresários e as entidades representativas de alguma coisa estão embriagadas pelo próprio silêncio. Há muito tempo não dizem nada.

A covardia está empoderada. Além do extremista que se exibe como fascista, temos agora o covarde ostentação, orgulhoso por se acovardar.

Ele não pega carona nem mesmo nos que dizem alguma coisa pelas beiradas. Não tenta nem entrar no vácuo de manifestações mais assertivas, da Associação Brasileira de Imprensa, dos Juristas pela Democracia, da CNBB.

A OAB se manifestou pela seccional do Paraná. Mas e a OAB nacional tem a dizer o quê da situação geral do país? A OAB não diz nada com nada.

A Fiesp não vai dizer alguma coisa sobre o terror? Nem a Firjan e a Associação Comercial do Rio? E a CNI? E as federações regionais da indústria?

Entidades covardes, encolhidas nos cantinhos, tentam pegar as sobras do bolsonarismo. O empresariado tem vivido dessas migalhas, como se fosse uma extensão do centrão.

Os que disserem que sempre foi assim, em 61, em 64 e em 2016, esquecem de dizer que o capitalismo brasileiro também teve, nos piores momentos para a democracia, suas vozes dissonantes.

As discordâncias sumiram em meio à mediocridade geral. As vozes alinhadas com o fascismo são medíocres. Mario Amato ficaria envergonhado com os que tentam substituí-lo.

Por isso os covardes brasileiros, bem à vontade, sentem-se fortes para exercer suas covardias, porque apostam no golpe.

Eles não querem saber de Bolsonaro. Mas acreditam que a terceira via será no fim a ascensão de algum general, depois que o caos estiver espalhado.

O empresariado covarde, que aplaude os ataques de Bolsonaro ao Supremo, tem certeza de que conseguirá se livrar de Lula.

Tudo com o conluio da grande imprensa, que faz editoriais protocolares, como fez o Estadão, para dizer, acreditem, que o momento é de degradação moral do bolsonarismo.

Como se o bolsonarismo, que é uma aberração moral, pudesse se degradar moralmente. Como se alguém dissesse, pouco antes do fim da Segunda Guerra, que os princípios morais do nazismo estavam se degradando.

Lula está certo ao afirmar que as bravatas de Bolsonaro, de incentivo a atos violentos, são uma manifestação de covardia.

Porque assim o sujeito e os filhos transferem para suas milícias a tarefa de atacar e matar inimigos, enquanto continuam blefando.

E o covarde não-bolsonarista juramentado, mas golpista e militarista, só observa.

O covarde é um estágio avançado do isentão. No Brasil pós-golpe de 2016, o covarde já tem status de categoria social.

*Com DCM

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