Pelo menos 60 deputados desse grupo de sustentação do Planalto ignoraram a sessão; três deles são ex-ministros de Bolsonaro.
Todo o esforço que o governo fez para votar ainda ontem e a toque de caixa a PEC Eleitoral esbarrou na indisposição do Centrão em colaborar. Boa parte desse grupo, que garante a sustentação política do Palácio do Planalto no Congresso, não apareceu.
Levantamento do Blog do Noblat mostra que pelo menos 60 deputados, dos 286 parlamentares que integram os seis partidos do Centrão, se ausentaram da votação da PEC. O presidente Arthur Lira (PP-AL), diante do baixo quórum, apenas 395 na última votação, decidiu adiar para terça.
Para aprovar ontem, o governo correu durante a semana. Fez reunião da comissão especial até de madrugada e abriu até uma sessão ontem no plenário que durou 1 minuto, para contar prazo e acelerar a votação da PEC.
No próprio partido de Bolsonaro, o PL, a ausência foi considerável: dos 77 deputados da legenda, 19 não votaram. Entre estes 19 estão três ex-ministros do governo: Onyx Lorenzoni (ex-ministro de quatro pastas do governo), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e João Roma (Cidadania).
Na bancada do PP,partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), outro fiel aliado, 10 dos 57 deputados não votaram a PEC no plenário. Cacá Leão (BA), que é vice-líder da Maioria na Câmara, está nessa lista.
No União Brasil, o presidenciável Luciano Bivar (PE) ignorou a votação. O líder do partido, Elmar Nascimento (BA), também. Ele foi um dos responsáveis pela eleição de Lira para o comando da Câmara. Dos 54 deputados do União, 11 não votaram ontem.
No PSD, 10 dos 47 deputados desconsideraram a PEC, entre os quais Diego Andrade (MG), líder da Maioria na Câmara.