A Polícia Civil de São Paulo afirmou o ex-presidente Lula (PT) não aparece em investigação do Denarc sobre possível esquema de lavagem de dinheiro para o PCC, com a suposta ajuda de um contador que fez a declaração de imposto de renda de Lula a sete anos atrás.
A informação consta no sexto parágrafo da reportagem divulgada pela Folha de S. Paulo na tarde de quinta, 16, em matéria cujo título diz que “contador ligado a Lula atuou para o PCC”. A reportagem tem sido usada como arma pelos bolsonaristas.
O contador João Muniz Leite e sua esposa são alvos de investigação da Polícia Civil. Ele é suspeito de ter montando um esquema de lavagem de dinheiro para Cara Preta, suposto chefe do PCC, morto no ano passado.
O nome de Leite, que foi contador de Lula entre 2011 e 2015, vinha sendo mantido em sigilo, mas acabou confirmado pela Polícia Civil após vazar para a imprensa, numa reportagem do Estadão.
Os vazamentos seletivos eram uma constante na Operação Lava Jato, deflagrada no ano eleitoral de 2014. Oito anos depois, Lula não responde mais a processos na Lava Jato e lidera as pesquisas eleitorais contra Jair Bolsonaro, para a eleição de 2022.
Leite foi testemunha do caso do sítio de Atibaia, movido pela Lava Jato em Curitiba contra Lula. Ele chegou a depor perante o ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal nos processos contra o ex-presidente. O contador alegou que fez a declaração de imposto de renda de Lula a pedido do advogado Roberto Teixeira.
Procurada, a assessoria de imprensa de Lula frisou que o petista não tem relação com a investigação do Denarc. Além disso, todo seu sigilo fiscal e bancário foi quebrado na Lava Jato e “jamais uma irregularidade foi encontrada”.
A Justiça de São Paulo bloqueou, segundo a Folha, 40 milhões de reais do grupo investigado na operação contra o PCC.