Ataques à companhia após aumento dos combustíveis pioram semana tensa no mercado, segundo a Folha.
As ações da Petrobras caíam cerca de 10% pouco antes das 15h desta sexta (17), empurrando a Bolsa de Valores para o fundo e piorando o fechamento de uma semana já negativa para o mercado de ações diante da alta histórica dos juros nos Estados Unidos.
Críticas de políticos ao aumento nos preços dos combustíveis aplicado pela companhia pesam no desempenho dos papéis da empresa nesta sessão.
Às 14h48, o Ibovespa mergulhava 4,02%, aos 98.670 pontos. Caso encerre o dia nesse patamar, o índice de referência da Bolsa terá a pontuação mais baixa para um fechamento desde o início de novembro de 2020, última vez que o indicador terminou o dia abaixo dos 100 mil pontos.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíam 9,80% e os papéis ordinários (PETR3) perdiam 10,26%.
Refletindo o movimento de aversão ao risco no mercado doméstico, o dólar comercial subia 2,04%, cotado a R$ 5,1320 na venda.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a Petrobras “pode mergulhar o Brasil num caos”. Já o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou à Folha que “vai para o pau” para “rever tudo de preços” e que vai trabalhar para taxar o lucro da petroleira.
Projeções da Ativa Research consideram que o reajuste da gasolina reduz a defasagem do preço nas refinarias brasileiras de 41% para 34% em relação aos custos no exterior, considerando os atuais preços internacionais e a taxa de câmbio.
“O reajuste deveria, de alguma maneira, melhorar a perspectiva sobre a companhia. O fato é que, em ano eleitoral, políticos de alto escalão, do Legislativo e Executivo, já fizeram fortes afirmações, gerando receios sobre o futuro da empresa”, comentou Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.