Desaparecimento de jornalista britânico e indigenista brasileiro está se tornando uma crise diplomática gravíssima para o já combalido governo Bolsonaro. Downing Street 10 deve passar a pressionar ainda mais.
O desaparecimento do jornalista britânico Dom Philips, correspondente do The Guardian, e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, da Funai, em meio à floresta amazônica e sob fortes suspeitas de terem sido pegos por bandos criminosos que atuam na região, uma vez que o brasileiro já tinha sido ameaçado naquela área, chegou à Tower Bridge, em Londres, um dos principais cartões postais da capital inglesa.
Na noite desta quinta-feira (9), uma imensa projeção na torre da ponte que cruza o rio Tâmisa expunha a indignação dos britânicos e da comunidade internacional com o sumiço do repórter especialista em meio ambiente e do antropólogo expert em contato com tribos isoladas. O caso vem ganhando cada vez mais espaço e força no noticiário internacional e uma crise diplomática de contornos graves ameaça eclodir frente à inação e o descaso das autoridades brasileiras, sobretudo do presidente Jair Bolsonaro, muito atacado nas imagens projetadas no monumento londrino.
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“Ameaçados. Desaparecidos agora”, “Onde estão Dom e Bruno?”, “Um jornalista britânico e um experiente indigenista estão desaparecidos na Amazônia”, “Eles estavam sendo ameaçados devido ao seu trabalho”, “Bolsonaro abandonou a Amazônia nas mãos de criminosos”, “Bolsonaro não tem feito nada para encontrar Dom e Bruno”, “Nós queremos respostas” e “Onde estão Dom Philips e Bruno Pereira?” foram algumas das frases que apareciam num mosaico gigantesco na Tower Bridge, com versões também em francês e espanhol.
Nesta tarde, a encarregada de negócios da embaixada do Reino Unido no Brasil, Melanie Hopkins, informou que sua representação diplomática enviou um pedido de ajuda ao governo brasileiro. O texto divulgado à imprensa era curto e em tom conciliador, mas analistas internacionais vêm afirmando que a paciência do governo britânico com as autoridades brasileiras, que cismam em não colaborar de forma mais efetiva para solução do caso, está acabando e o Downing Street 10 (sede do governo do Reino Unido) pode adotar uma postura mais firme contra o Brasil, que já tem sua imagem muito comprometida e abalada no exterior desde a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.
*Com Forum