Existem três dados centrais para entender as ações violentas de dois policiais Rodoviários Federais em Sergipe e pela chacina ocorrida na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
Primeiro, temos que falar sobre o racismo, pois a grande maioria das vítimas dessa violência do estado, estimulada por Bolsonaro, é de negros.
Isso resume não só a comemoração de Bolsonaro e do seu comparsa miliciano, Fabrício Queiroz, que organizava o esquema de peculato e formação de quadrilha no gabinete de Flávio e de Bolsonaro, para entender que o Estado hoje é comandado por uma quadrilha familiar que capturou grande parte das instituições brasileiras, e delas faz gato e sapato.
Ainda ontem Augusto Aras, O PGR, em clara obediência a Bolsonaro, defendeu o indulto de Daniel Silveira, opondo-se frontalmente ao STF.
Naquela reunião ministerial fatídica, Bolsonaro deixou claro que, qualquer um que chegasse perto de algum familiar seu ou aliado estratégico, seria banido de seu governo. Assim tem agido o tempo todo, e nada acontece com ele, mesmo a CPI da covid provando que ele é culpado pela quantidade de mais 665 mil mortos por covid no Brasil.
O fato é que, Bolsonaro, diante dos nossos olhos, quando foi eleito pela fraude eleitoral, em parceira com Moro, junto, acha que recebeu o direito de matar ou mandar matar.
Agora, para manter a horda de imbecis, unida em torno de sua campanha, que está encalhada, com tudo para naufragar, Bolsonaro usa de uma violência nazista verbal para que seus comandados façam de maneira real, como foi o caso ocorrido ontem em Sergipe, em que dois policiais da PRF transformassem a viatura da política em câmara de gás, como os nazistas, matando um homem que sofria de doença mental.
É essa a instrução superior de Bolsonaro e, assim, ele faz para manter seus discípulos fieis a uma lógica em que nega a negros, pobres e índios, qualquer resquício de cidadania.
Assistir à narrativa de um desses grupos chamados de elite de polícia, o policial, num flagrante preconceito social, diz que esses policiais são especiais porque sabem atuar nas favelas do Rio de Janeiro. Esse é um detalhe fundamental, não é uma polícia que age assim no Leblon ou em Ipanema, é uma polícia formada para matar favelados, de forma objetiva.
O que ocorreu em Sergipe, assim como no Rio, tem garantia prévia de impunidade. O que mais se lê na internet, é que isso não vai dar em nada, o que é trágico para o país, sobretudo para uma sociedade que, de forma indireta, mantém uma polícia que deveria garantir cidadania e liberdade para todos, através da segurança.
Isso também não deixa de ser fruto de um preconceito no Brasil em que a situação socioeconômica acaba sendo o fiel da balança, porque, no final das contas, isso está na própria formação social e econômica brasileira, simplesmente porque o Brasil tem um modelo cívico herdado da escravidão, seja ele, o modelo cívico cultural, seja o modelo cívico político.
Então, a partir dessa estrutura, vem um cara declaradamente nazifascista, coloca-se acima das instituições e instala um terror racista, enquanto desmonta todas as políticas sociais criadas nos governos Lula e Dilma.
O que ocorreu nesta semana no Brasil, sob o comando de Bolsonaro que, no final das contas foi quem teve peso nessas ações, é parte de um cálculo eleitoral que sua campanha buscou para ver se consegue ao menos deixar de agravar a situação política dele que, como todos sabem, perdendo a eleição perde o poder de controle das instituições e vai direto para cadeia junto com seus filhos, com uma folha corrida de dar inveja aos piores bandidos do país.
Esse é o fato que tem consenso na sociedade brasileira e na mídia.