Governo Bolsonaro entrou no STF para desfazer acordo do Comsefaz que ‘driblou’ alíquota única nacional do imposto.
Segundo O Globo, os governos estaduais decidiram neste sábado que vão recorrer da liminar concedida na sexta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, sobre o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel.
O magistrado atendeu ao pedido do governo federal suspendendo trechos do convênio firmado pelos estados, em março, que regulamentava a nova lei sobre a cobrança do imposto sobre o combustível.
Em reunião virtual na manhã deste sábado, com a participação de representantes de todos os estados, o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) decidiu os próximos passos da disputa, apesar de a liminar de Mendonça não ter impactos imeditados — o acordo que havia sido feito só teria efeitos a partir de julho.
— Fizemos uma avaliação técnico-jurídica. Nessa avaliação identificamos que o Comitê Nacional de Secretários, apesar de respeitar toda decisão judicial, cumprir decisões judiciais, a gente vai recorrer. O Comsefaz vai recorrer através das suas procuradorias por entender que todos os requisitos da Lei Complementar 192 foram cumpridos – disse o presidente do Comsefaz e secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, ao GLOBO neste sábado, após a decisão.
Ele citou que os estados adotaram a incidência do imposto apenas uma vez, chamada monofasia, e a fixação de uma alíquota única para o diesel de R$ 1,006 por litro.
Segundo Padilha, o documento que vai embasar o recurso ficará pronto na segunda-feira pela manhã e será encaminhada ao Colégio Nacional de Procuradores, que vai recorrer em nome de todos os estados.
‘ICMS não tem nada a ver’
— Também avaliamos que, mesmo o ICMS estando congelado desde novembro, de janeiro a maio deste ano a Petrobras aumentou o preço do diesel em 47%. Isso mostra que o ICMS não tem nada a ver com essa conjuntura desfavorável para aumentos constantes dos combustíveis, que estão pressionando a inflação. O motivo disso é a cotação internacional do petróleo, que é um problema conjuntural da guerra com a Ucrânia, e também o câmbio elevado — observou Padilha.