Tentando interferir no processo eleitoral, as Forças Armadas justificaram que as indagações e sugestões enviadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as urnas eletrônicas colocam “em risco” a segurança das instituições. Foi este o motivo, de acordo com os militares, para o conteúdo ter sido colocado em segredo por cinco anos, classificado como “reservado”.
O documento, ao qual o Estadão teve acesso, foi assinado pelo general de Divisão Heber Garcia Portella, do Comando de Defesa Cibernética. O grau de reserva sobre os papéis segue o prazo da Lei de Acesso à Informação.
O ofício foi enviado à Corte por Portella no dia 22 de abril. Ele é o representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), respondendo diretamente ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Sete propostas dos militares para alterar o modo de funcionamento do sistema eleitoral receberam o sigilo. Os próprios oficiais solicitaram o segredo das informações, apesar de o Ministério da Defesa ter pedido ao presidente do TSE, Edson Fachin, que promovesse ampla divulgação das sugestões para as eleições de outubro, “haja vista o amplo interesse público em tal questão”.
*Com DCM