O jornalista José Henrique Mariante, ombudsman da Folha de S. Paulo, afirmou em sua coluna no jornal, em texto publicado no sábado (7), que “vai ter golpe”. De acordo com ele, a “Folha e a imprensa deveriam trocar de vez a presunção pela certeza do fato” de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) planeja dar um golpe institucional – ou até militar – no Brasil.
Mariante fala sobre o descaso do chefe do Executivo com a pandemia da Covid-19, sobre o “pânico nos mercados” do país e sobre a pressão de Bolsonaro para cima do Congresso, citando alguns textos recentes publicados na própria Folha que chamam atenção para seu autoritarismo.
“Na última semana, vários colunistas da Folha dispararam alarmes em tom parecido. Na página A2: “Vai ter golpe”, escreveu Mariliz Pereira Jorge; “O golpe de Bolsonaro é militar”, segundo Bruno Boghossian; “Ditadura com Bolsonaro”, é o que vem a seguir, de acordo com Ruy Castro”, escreve o jornalista.
“Não podemos impedir o golpe?”, questiona ele, lembrando uma frase que ouviu de Mariliz: “A imprensa está falando com as paredes”.
“A leitora e o leitor talvez ponderem que admitir o receio de um golpe é justamente o jogo que Bolsonaro e aliados querem jogar. A questão, acredito, é que já passamos desse ponto. Bolsonaro se perdeu em campo, mas arrasta muita gente com ele apenas pelas circunstâncias. Não pode mais ser tratado como um risco, mas sim como certeza de dano para as instituições e para o país. Precisa ser contido”, alerta.
“Se alguém não lembra ou não sabe o que é um golpe, civil ou militar, está na hora de desenhar e deixar o tamanho do problema bem claro. Vai dar trabalho, vai atrasar ainda mais o Brasil, vai custar caro.”
*Por DCM