O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou neste neste domingo (1º) de dois atos de ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal). Um dia antes, Bolsonaro havia estimulado a participação dos manifestantes.
Assim, mantém em alta a temperatura do clima de tensão com Judiciário, iniciada desde a condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) pela corte a 8 anos e 9 meses de prisão —mas aliados celebraram o fato de que, se o presidente não colaborou para tranquilizar os ânimos, ao menos não piorou a situação.
Bolsonaro não discursou presencialmente em Brasília. Em São Paulo, apareceu em um telão, com transmissão por vídeo. Fez declarações genéricas e não escalou a crise entre os Poderes, como ocorreu em outros momentos e como era esperado.
Para aliados, o chefe do Executivo fez um gesto aos seus eleitores, mas manteve o tom dos seus conselheiros, de não esticar a corda com o STF —em especial neste momento em que, pela primeira vez, consideram que tiveram uma vitória política diante da corte, com indulto individual de Bolsonaro dado horas após a condenação de Silveira.
Já ministros do STF, reservadamente, disseram que as manifestações foram completamente distintas do atos de raiz golpista de 7 de Setembro, quando o presidente xingou e exortou a desobediência a decisões da Justiça.
Os magistrados reconhecem que atos em que eleitores do presidente pediam a destituição deles ou o fim da “ditadura da toga” são ruins, mas se tranquilizaram com a baixa adesão, que era esperada na corte.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por sua vez, fez críticas.
“Manifestações ilegítimas e antidemocráticas, como as de intervenção militar e fechamento do STF, além de pretenderem ofuscar a essência da data, são anomalias graves que não cabem em tempo algum”, disse em rede social.
Pela manhã, Bolsonaro foi a ato esvaziado contra o STF na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Lá, cumprimentou os presentes. À tarde, entrou ao vivo em vídeo no protesto da avenida Paulista, em São Paulo, onde aliados promoveram ataques ao STF e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
*Com folha