A cotação internacional do petróleo está em baixa, menos de 100 dólares o barril. No entanto, o preço dos combustíveis continuam em alta no Brasil. Por quê?
Primeiro, que esses valores cobrados no Brasil – gasolina, diesel e gás de cozinha – são artificiais e foram criados somente para dar lucro a especuladores e acionistas da Petrobras.
A política de paridade de preço internacional adotada pela estatal em 2016, após o golpe conta Dilma Rousseff (PT), é um crime contra a economia popular e os consumidores.
No auge da especulação, na guerra da Ucrânia, o barril do petróleo era cotado até a 130 dólares no mercado internacional. Porém, nesta terça-feira (15/03), o preço está abaixo de 100 dólares.
Já foi explicado aqui que antes desse conflito Rússia-Ucrânia, por volta de 2008, o preço do barril do petróleo era 145 dólares enquanto o litro da gasolina era vendido nos postos brasileiros a R$ 2,70. Na época, não existia a tal paridade.
Com a queda dessa commodity, abaixo de 100 dólares, dentro da lógica liberal, os preços nas bombas dos postos de combustíveis também deveriam cair 23%.
Errado, sob a ótica dos sanguessugas.
O que preside a política de preços da Petrobras é a especulação contra os consumidores e contra o País. Eles somente visam o lucro, custe o que custar, mesmo que isso signifique a destruição da nação.
Os aumentos anunciados pela Petrobras na sexta-feira (11/03) – gasolina (18%), diesel (25%) e gás de cozinha (16%) – nada tem a ver com consumo e produção.
Aliás, o Brasil é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. É autossuficiente, inclusive. Produz mais que consome.
Líder nas pesquisas de intenção de votos, o ex-presidente Lula (PT) já avisou [acertadamente] que vai rever a política de paridade. Mais: o petista considera “reestatizar” a Petrobras, o que seria mais adequado com a recompra das ações pela União.
Claro que não será uma tarefa fácil. Será preciso muita mobilização e politização da sociedade, haja vista os representantes dos especuladores e dos bancos serem bastante articulados. Vide a Globo.
A emissora dos Marinho deram destaque hoje ao subprocurador-geral do Ministério Público Federal junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, que pediu que o TCU apure uma possível interferência indevida do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Petrobras.
Ora bolas, carambolas. A Petrobras, mesmo com algumas ações privadas, ainda é propriedade da União [dos brasileiros]. Não pode o MP alegar que “independência” como se fosse uma ilha ou tivesse a empresa sido subtraída da sociedade como num passe de mágica. A Petrobras É Nossa!, apesar da Globo.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), denunciou o comportamento interesseiro da velha mídia corporativa brasileira:
– Um dia a Folha dá dica de economia de gasolina e gás de cozinha. No outro, JN diz que Brasil precisa importar petróleo e omite que refinarias vem sendo vendidas. Tudo pra defender a política dolarizada de preços. Até o MP está nessa linha. Quem vai defender os interesses do povo?
*Por Esmael Morais