Os erros de análise e estratégia de Ciro Gomes

Os erros de análise e estratégia de Ciro Gomes

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Inúmeras pesquisas vem mostrando o enrijecimento crescente da polarização entre Lula e Bolsonaro, bloqueando os caminhos da terceira via, os quais apenas poderiam ser abertos, naturalmente, se um dos líderes perdesse força.

O fator surpresa, em política, geralmente ocorre quando faltam, ao surpreendido, as informações necessárias para interpretar a realidade e antever o que virá. Desdobramentos políticos derivam de processos sociológicos graduais e observáveis. No caso do Brasil, com uma população superior a 210 milhões de habitantes, mudanças significativas na opinião pública dificilmente passam despercebidas. Uma pessoa vagando por uma floresta pode ser surpreendida por um felino silencioso e traiçoeiro, mas jamais por uma manada de elefantes. Os grandes fatos políticos comparam-se ao deslocamento de animais gigantescos, cuja aproximação estremece a terra num raio de dezenas de quilômetros.

Além disso, a popularização das redes sociais, a profusão de pesquisas de opinião, o amadurecimento do nosso regime político, ajudam a clarear o horizonte e reduzir as incertezas.

Vamos ao tema principal desse texto: os erros de análise e estratégia da campanha de Ciro Gomes.

OS ERROS DE ANÁLISE POLÍTICA

O candidato pedetista, que oscila hoje entre o terceiro e quarto lugar nas pesquisas eleitorais, vem perdendo eleitores para Lula desde que o petista venceu seus últimos processos na justiça e recuperou seus direitos políticos.  Segundo a Quaest, que vem fazendo pesquisas presenciais de excelente qualidade, Ciro caiu de 11% em outubro de 2021 para 7% em fevereiro de 2022, depois de amargar 5% em janeiro.

A campanha do pedetista vinha apostando no derretimento de Bolsonaro, cujos eleitores órfãos ele esperava herdar. Essa é a explicação para a postura violentamente hostil ao PT e a Lula, ao mesmo tempo em que lança piscadelas simpáticas para qualquer veículo ou nome que, por seu público, pode lhe abrir portas junto ao eleitorado bolsonarista.

Há poucos dias, em entrevista a uma rádio em Goiás, o candidato teceu fartos elogios a Ronaldo Caiado, governador do estado, assegurando que ficaria muito contente se o seu partido apoiasse a sua reeleição este ano. Enquanto isso, em outras entrevistas recentes, dispara contra Lula, chamando-o de “subnazista” e “maior corruptor da história brasileira”.

Num evento da BTG em fevereiro último, perguntado se repetiria o que fez em 2018 e sairia do país, no caso de não chegar ao segundo turno, Ciro respondeu que nunca mais subiria em palco com “bandido”. Apesar de não dizer expressamente quem seria o “bandido”, a mensagem está dada: o bandido seria Lula.

O próprio Ciro postou, em suas redes sociais, que era a sua “resposta definitiva” para todos os que mencionavam sua viagem a Paris em 2018.

A estratégia não tem apresentado resultados satisfatórios. Ao contrário, alguns analistas apontam que ela tem ampliado a rejeição de Ciro Gomes junto ao eleitorado progressista, e justamente no momento que este campo se encontra em pleno processo de fortalecimento, em virtude da expectativa crescente de uma vitória de Lula em outubro.

O tempo passa e se torna cada mais difícil, para Ciro, convencer sua militância nas redes de que ainda é possível chegar ao segundo turno. O argumento de que Bolsonaro foi uma “surpresa” em 2018, por exemplo, não encontra amparo na realidade. Em abril de 2018, ou seja, a mais ou menos na mesma distância que estamos hoje (12 de março de 2022) das eleições presidenciais de outubro de 2022, Bolsonaro já liderava as pesquisas em segmentos estratégicos.

A melhor maneira de fazer comparações entre sondagens do mesmo instituto é usando as tabelas com votação espontânea, onde o eleitor não é influenciado pela exposição prévia de nenhum nome.

Segundo uma pesquisa Datafolha realizada entre os dias 11 e 13 de abril de 2018, o então deputado federal Jair Bolsonaro tinha 10% dos votos espontâneos totais, mas chegava a 17% entre eleitores do sexo masculino.

Bolsonaro vinha apresentando um bom desempenho junto a eleitores de classe média, e mais instruídos, a quase dois anos antes das eleições.

Pesquisa Datafolha de dezembro de 2016 já mostrava Bolsonaro com 5% dos votos espontâneos entre homens, 6% entre eleitores com ensino superior e 8% entre aqueles com renda familiar entre 5 e 10 salários.

Alguns meses depois, em abril de 2017, Bolsonaro já tinha dobrado seus votos espontâneos entre homens, para 11%, e chegava a 8% entre eleitores com ensino médio, 12% entre os que tinham curso superior, 13% junto àqueles que ganhavam entre 5 e 10 salários e 16% entre os afortunados com renda acima de 10 salários por mês.

Em novembro de 2017, Bolsonaro já pontuava 14% entre eleitores com ensino médio e liderava a pesquisa entre aqueles com ensino superior, além de empatar tecnicamente com Lula entre homens, com 17% (contra 19% de Lula).

A ascensão de Bolsonaro em 2018 não deveria ter sido nenhuma “surpresa”. O que houve foi uma notável obtusidade, cegueira, wishfull thinking, por parte dos analistas, incluindo aí a maioria dos dirigentes partidários, que se recusaram a examinar os números que estavam à sua frente.

Ciro Gomes, por sua vez, apesar de ser amplamente conhecido do eleitorado, tem performance baixíssima nestes mesmos segmentos que constituem o núcleo a partir do qual Bolsonaro desenvolveu sua candidatura.

Não é realista prever que Ciro possa herdar o voto bolsonarista, ou repetir sua performance.

Segundo o último Datafolha, de dezembro de 2021, Ciro tinha 2% dos votos espontâneos totais, os mesmos 2% entre homens, 1% entre eleitores com ensino médio e 2% entre eleitores com renda entre 2 e 5 salários.

A melhor performance de Ciro se dá entre eleitores com renda familiar entre 5 e 10 salários, onde ele pontua 4%, mas Sergio Moro chegou para arrancar de suas mãos qualquer esperança de obter mais votos na classe média. Moro não apenas tem iguais 4% junto aos eleitores com renda familiar entre 5 e 10 salários, como pontua 9% entre aqueles com renda acima de 10 salários (contra apenas 1% de Ciro).

Mas o problema de Ciro, a bem da verdade, não é Moro. O ex-juiz vem construindo um eleitorado próprio, lavajatista e conservador, que possivelmente nunca pensou em votar em Ciro Gomes. As pesquisas mostram que Moro tira votos de Bolsonaro, e quando Moro cai, como parece estar acontecendo, é porque seu eleitor regressou ao presidente. Essa dinâmica deixa claro que, se houver um declínio expressivo do voto bolsonarista (o que não está acontecendo), esse eleitor tende a migrar para Moro, e não para Ciro.

Nem tudo se resume a pesquisa.

Uma outra ferramenta poderosa de análise política – talvez a mais eficiente de todas, embora extremamente vulnerável ao subjetivismo de cada um – é a observação empírica da realidade. Ciro Gomes também não vai bem nesse quesito. Sua candidatura ganhou um ar caricatural. Suas tentativas iniciais de neutralizar a imagem de “destemperado” não tiveram êxito, em função da facilidade com que Ciro escorrega na primeira casca de banana à sua frente. Na verdade o próprio Ciro frequentemente parece atravessar a rua para pisar numa casca de banana avistada ao longe.

Em entrevista recente ao jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, Ciro Gomes se refere à Gleisi Hoffmann como “aquela alucinada da Gleisi”. A ex-presidente da república, Dilma Rousseff, foi chamada de “aborto político”. O partido dos trabalhadores foi tratado por Ciro, diversas vezes, como “organização criminosa”. Todas essas falas constituem violações graves do fair play que deveria existir entre os agentes do campo progressista, ou mesmo dentro do campo democrático. Ao agir assim, Ciro Gomes quebra o decoro mais elementar do debate político, e age contra o que ele mesmo defende, que é promover uma discussão desapaixonada e racional, centrada em ideias e programa. Ao partir para ataques abaixo da cintura contra seus adversários, Ciro Gomes contamina a sua própria campanha com paixões negativas, amplia a rejeição contra si mesmo e cria dificuldades e constrangimentos para alguns de seus próprios correligionários, que mantém sólidas e antigas alianças com o Partido dos Trabalhadores, como é o caso dos trabalhistas de Niteroi, Maranhão e Ceará, regiões onde essa aliança trouxe excelentes resultados políticos e eleitorais para o PDT.

A postura de Ciro Gomes contaminou a sua própria militância, que reproduz suas violências verbais contra Lula e contra o PT, muitas vezes apelando para um vitimismo ridículo. Lula é acusado de “destruir” a esquerda, como se ele fosse culpado pelas dificuldades históricas enfrentadas por agremiações do campo progressista.  Outro vitimismo – também estimulado publicamente pelo próprio Ciro – é a denúncia de uma existência de “gabinete do ódio petista”, uma denúncia profundamente despolitizante, contraditória, porque direcionada aos poucos veículos de mídia que promovem um contraponto ao discurso neoliberal e imperialista dominante da grande mídia.

Com isso, a campanha cirista acrescenta mais uma fragilidade a seu “projeto nacional”: como construir uma maioria social, parlamentar e sindical, em apoio a um projeto nacionalista, sem a participação dos eleitores que admiram Lula, dos sindicatos e movimentos sociais ligados ao PT, ou seja, como levar adiante um PND sem base partidária e sem sequer uma estrutura na mídia independente? Quem irá apoiar a luta de Ciro Gomes para superar o neoliberalismo? ACM Neto? O Flow Podcast?

OS ERROS DE ANÁLISE ECONÔMICA

Quando se analisa o discurso econômico de Ciro Gomes, também encontramos importantes erros de análise. Em primeiro lugar, a tentativa de empurrar Lula para a direita, caracterizando-o como neoliberal e servil ao rentismo, repercute apenas em setores minoritários da extrema esquerda. Ciro consegue a atenção, por um momento, de um eleitor do PSOL insatisfeito com as articulações de Lula para ter Alckmin como vice, mas a perde no dia seguinte quando afirma, em entrevista, que estará muito feliz em dividir palanque com Ronaldo Caiado.

O pedetista faz uma análise rígida, esquemática e, portanto, equivocada, dos problemas econômicos do país. Ciro elogia o crescimento nacional até o inicio da década de 80 e tem denuciado o declínio do peso relativo da indústria brasileira no PIB nacional e no mundo. Em seguida, contrapõe a esse período “dourado” o neoliberalismo maléfico que se impôs em seguida. Na sua narrativa, o Brasil tinha um programa desenvolvimentista bem sucedido e uma economia pujante de 1930 até 1984.

Não é bem assim.

O declínio industrial do país se acelerou, é fato, a partir do final dos anos 80 e, sobretudo, a partir da década seguinte, mas a origem desse problema naturalmente vem de antes.  O Brasil não acordou subitamente neoliberal em meados dos anos 90. O liberalismo brasileiro vinha destruindo a infra-estrutura nacional e preparando o terreno para a grande desindustrialização muito tempo antes do PSDB vencer as eleições em 1994. Do mesmo modo, a China não começou a crescer de uma hora para outra em meados dos anos 90, e sim iria colher os frutos de décadas de investimentos em educação, condição fundamental para o processo de industrialização que veio depois.

O “desenvolvimentismo” da ditadura militar foi minado por dentro, porque veio associado a um autoritarismo profundamente reacionário e antissocial, que aprofundou as desigualdades e degradou a educação pública, processo inteiramente oposto ao desenvolvimentismo (embora também autoritário) que se viu na China e na Coreia do Sul, caracterizados por uma expansão formidável da instrução coletiva.

Em diversos aspectos importantes, os governos petistas foram mais desenvolvimentistas que qualquer outro governo anterior: o combate à miséria e à fome, por exemplo, e a reestruturação da educação pública, através da criação do Fundeb e do Funcef, a expansão de institutos federais e vagas em universidades, o aumento dos investimentos em pesquisa, são iniciativas profundamente desenvolvimentistas. Houve ainda, sobretudo a partir do segundo governo Lula e primeiro governo DIlma, uma grande expansão de obras de infra-estrutura. A vulnerabilidade política do projeto, todavia, era a dependência dos investimentos oriundos da Petrobras e de projetos tocados pelas grandes construtoras. Quando a oposição golpista identificou esse ponto fraco, e conseguiu mobilizar aliados poderosos ao redor da grande conspirata reacionária e antinacional que foi a Lava Jato, todo o modelo desenvolvimentista petista ruiu como um castelo de areia, e isso antes mesmo do golpe. Em meados de 2014, o governo Dilma já estava politicamente derrotado.

Se houve um erro estratégico do petismo foi não ter investido pesadamente num grande sistema de contra-inteligência, capaz de detectar as maquinações que se faziam contra o projeto nacional. Creio que esse erro não irá se repetir num novo governo Lula.

A culpa dessa derrota, no entanto, não é somente da Dilma, do Lula e do PT, e sim de todo o campo progressista, que ainda não havia construído aparelhos ideológicos eficazes para fazer frente ao golpe midiático e imperialista que veio se articulando desde os primeiros anos dos governos petistas e se consumou com a Lava Jato e o golpe de 2016. A mídia independente é uma parte integrante desse aparelho ideológico anti-imperialista, e por isso é tão irresponsável que Ciro Gomes e sua militância, por frustração, tentem destruir a reputação desses veículos e jornalistas.

Outra crítica despolitizante e equivocada de Ciro Gomes às políticas econômicas dos governos petistas é a de que “Lula deu” trilhões de reais aos banqueiros e apenas migalhas aos mais pobres. Isso é esquerdismo infantil. A crítica é necessária, mas precisa ser madura e inteligente. O PT assumiu o governo no bojo de um complicado pacto social, e o partido jamais teve maioria ideológica no congresso. O governo construiu maioria parlamentar na base de um diálogo no qual estava implícito a manutenção de diversos pontos das políticas econômicas tradicionais. Aos poucos, Lula foi impondo mudanças. A dependência dos organismos financeiros internacionais foi superada, e o Brasil construiu reservas internacionais que lhe garantiram uma formidável soberania monetária no mundo, um passo importante para o que viria, ou poderia vir a seguir, caso o processo não tivesse sido tão violenta e antidemocraticamente interrompido. Houve erros ambientais, como Belo Monte, mas o esforço para ampliar a base energética do país foi impressionante. Caso não tivesse acontecido a Lava Jato, o Brasil disporia hoje de novas e modernas refinarias de petróleo, e a Petrobrás teria musculatura para adotar uma política de preços mais soberana, fazer investimentos na transição tecnológica para energias mais limpas, e assegurar a energia necessária a um ambicioso projeto de reindustrialização do país.

As críticas aos erros do PT precisam ser honestas. Caso contrário serão apenas oportunistas. Todos os gastos e investimentos realizados nos governos petistas em educação, saúde, empregos, infra-estrutura, também devem ser creditados na conta da ajuda aos mais pobres. E foi muito investimento. Não é a tôa que Lula ainda possui tanta força política, sobretudo entre os mais humildes. O capital político de Lula não caiu do céu.

Um verdadeiro trabalhista ou brizolista jamais pode menosprezar a importância de lideranças capazes de mobilização popular. As mudanças promovidas por Vargas apenas foram adiante por causa do carisma político pessoal do caudilho de São Borja. Mas Vargas também teve suas contradições. O talento político de Vargas se caracterizava por sua sensibilidade extrema em saber o momento certo de recuar, ceder, dialogar, ou avançar e ousar. Além disso, no equilíbrio de poder entre o Estado e o Capital, o Estado tinha muito mais poder na época de Vargas do que hoje. Governar o Brasil hoje requer um jogo de cintura democrático que nem sempre foi necessário nos anos 30 aos 50, e mais ainda durante o regime militar. É muito mais fácil adotar um PND autocrático, sem sindicatos, com rebaixamento salarial, sem congresso, sem oposição, sem TCU, sem MPF, com imprensa amordaçada, do que fazê-lo hoje, sob o barulho ensurdecedor da democracia!

Enfim, estamos nos aproximando das eleições. Faltam apenas sete meses para o primeiro turno. A polarização está definida e cristalizada.

De um lado, estão os reacionários, reunidos sob a liderança do atual presidente da república, Jair Bolsonaro, dono de uma vasta e poderosa máquina de comunicação, e apoiado explicita ou tacitamente pelos setores subservientes ao imperialismo político dos EUA e à hegemonia econômica dos grandes conglomerados financeiros, cujo poder não apenas se amplificou nos últimos anos, como se diversificou (com a profusão de novos bancos digitais). O rentismo, o agronegócio, os importadores de diesel, gasolina e fertlizantes, nunca ganharam tanto dinheiro.

De outro, temos o campo democrático, agregando progressistas moderados, socialistas, revolucionários, liberais progressistas. É um setor repleto de contradições intestinas, que vem se unificando meio que a contragosto, em torno do objetivo comum de derrotar o bolsonarismo e o movimento neofascista que floresce ao redor do governo. Este movimento vem se reunindo em torno de Lula.

Ciro Gomes e seus militantes contribuem para o debate quando se mostram propositivos no conteúdo, e democráticos na maneira de formular suas ideias. Quando partem para a desqualificação grosseira dos adversários, fazem análises simplórias, ou mesmo oportunistas, dos grandes problemas sociais e econômicos do país e ignoram as incontornáveis contradições políticas que, necessariamente, caracterizam qualquer governo de carne e osso, eles acabam por exercer um papel negativo no debate nacional.

Os eleitores de Ciro Gomes, o próprio candidato, e seu partido, precisam refletir seriamente sobre a responsabilidade que lhes cabe num momento tão decisivo. Cada vez que Ciro ou um militante cirista parte para um ataque vulgar a Lula, ao PT ou aos apoiadores e eleitores de Lula, isso ajuda ou atrapalha na luta para derrotar Bolsonaro no primeiro ou no segundo turno? Isso ajuda ou atrapalha a construir uma campanha eleitoral propositiva, menos contaminada por rejeição e ódio?

Durante o processo eleitoral de 2018, eu costumava ouvir, obsessivamente, uma canção de Clara Nunes intitulada Tristeza e Pé no Chão. A letra e a música me faziam dizer a mim mesmo que era hora de aceitar uma realidade dura, triste, que se prenunciava no horizonte, e que nos obrigava a ser extremamente realistas. Hoje o clima é outro. Não precisamos de tristeza. Não precisamos de confronto dentro do campo progressista. E podemos nos dar ao luxo de sonhar um pouco. O campo democrático deve se unificar numa mesma estratégia: fazer com que Lula tenha a maior votação possível ainda no primeiro turno. Mesmo que ele não vença na primeira rodada, será importante passar ao segundo com uma larga diferença em relação a Bolsonaro.

* Miguel do Rosário é editor do portal O Cafezinho (ocafezinho.com) e âncora do Jornal da Forum (programa de comentários e entrevistas de segunda a quinta, de 17 h as 18:30, no canal TV Forum).

* O Cafezinho

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