Vem aí o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na versão “farofeiro”. O anúncio é do publicitário Pablo Nobel, contratado para ajustar a imagem do moço da finada Lava Jato.
Em entrevista à Folha, o argentino radicado no Brasil disse que pretende atrair o eleitor bolsonarista desiludido e tornar ex-juiz menos formal na disputa presidencial deste ano.
– Alguns aliados de primeira hora de Bolsonaro, tanto na sociedade como na mídia e mesmo na política, começam a debandar. A pergunta é para onde vão esses votos. Aí há um espaço para a gente trabalhar, antecipou o argentino que de 56 anos que vive há 40 no Brasil.
Não é à toa que alguns veículos de imprensa da velha mídia corporativa começaram esta semana disseminar a “notícia” de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá renunciar à reeleição e concorrer ao Senado em troca de imunidade.
A exemplo de uma campanha que vende sabão em pó, o publicitário divaga sobre Moro:
– Imagina que esse homem passou todos esses anos sem poder expressar muito as emoções, tendo que passar uma coisa mais séria, imparcial. São atributos de um juiz, mas não necessariamente de um candidato, analisa Nobel.
Sergio Moro está sendo alvo de pedido de bloqueio de bens feito pelo Ministério Público. O ex-juiz Sergio Moro é suspeito de driblar o fisco em seu contrato de trabalho com o escritório americano Alvarez & Marsal, que tem entre clientes de recuperação judicial a empreiteira Odebrechet.
O Tribunal de Contas da União (TCU) suspeita de que houve porta giratória nesse caso, ou seja, Moro sentenciou executivos da Odebrecht para depois advogar para a empreiteira.
Sergio Moro utilizou o mesmo expediente da porta giratória em 2018, após a vitória de Jair Bolsonaro. O então juiz sentenciou Luiz Inácio Lula da Silva, o que garantiu a derrota do PT naquela eleição. Ato continuo, Moro foi nomeado ministro da Justiça.
O marqueteiro ainda terá de lidar com a anulação das sentenças de Moro e a declaração do Supremo Tribunal Federal, em abril de 2021, de que é um juiz suspeito – após analisar mensagens da operação Spoofing da Polícia Federal.
*Por Esmael Morais