O suspeito ex-juiz Sergio Moro (Podemos) surtou ao ser confrontado sobre seus ganhos com o escritório americano Alvarez & Marsal, que, dentre sua carteira de clientes, está a empreiteira brasileira Odebrecht.
A Odebrecht e outras companhias que foram alvos da finada Operação Lava Jato rendeu cerca de R$ 42 milhões para a firma dos Estados Unidos para quem Moro prestava serviços.
“Você foi contratado pela Alvarez e Marsal dos EUA, que recebeu milhões da Odebrecht. É a famosa operação casadinha. A pergunta é simples e direta: quanto você recebeu dessa consultoria norte-americana?”, questionou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que, em 2019, chamou o então ministro Sergio Moro de “juiz ladrão” durante uma audiência na Câmara.
Em processo de derretimento, Moro jurou no Twitter que não prestou serviços direta ou indiretamente para Odebrecht. “Mente quem fala ou sugere o contrário. Eu desmantelei o império de corrupção da Odebrecht”, esquiva-se. “Quem trabalhou para a Odebrecht foi o Lula”, atacou.
O jornalista Lula Falcão rebateu o ex-juiz dizendo que a Alvares & Marsal recebia R$ 1 milhão por mês da Odebrecht e da Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial). “E Moro não era apenas um funcionário da Marsal. Era sócio-diretor”, disse.
O site Brasil 247, do jornalista Leonardo Atuch, cravou que Moro trata brasileiros como idiotas ao negar que recebia dinheiro de quem lucrou com a quebra da Odebrecht.
O jornalista Aquiles Lins fez uma pergunta a Moro: “Se não tem nada a esconder, por que não divulga o contrato voluntariamente?”
Segundo informações que vieram à tona nas últimas horas, a Alvarez & Marsal, firma na qual Sergio Moro era sócio-diretor, recebeu R$ 42,5 milhões de empresas que foram quebradas pela Lava Jato. Veja a descrição:
- R$ 1 milhão por mês da Odebrecht e da Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial);
- R$ 150 mil da Galvão Engenharia;
- R$ 115 mil do Estaleiro Enseada (que tem como sócias Odebrecht, OAS e UTC); e
- R$ 97 mil da OAS.
De acordo com estudo do Dieese, a Lava Jato provocou a quebradeira de empresas nacionais e cerca de 4,4 milhões de desempregos no período entre 2014 e 2021. Também seria a responsável pela perda de R$ 172,2 bilhões de investimentos no País.
*Por Esmael Morais