Se o brasileiro sofreu a censura econômica de não poder comprar um único bife bovino e muitos foram parar na fila do osso, por conta dos abusivos preços das carnes e, mesmo assim não é a carne que apresenta preços com as maiores altas, e sim, os combustíveis, o café e o gás de cozinha, itens também essenciais para o cotidiano dos brasileiros, é porque há um claro descontrole generalizado da economia, melhor dizendo, uma perda total de rumo de um governo que, diante de uma inflação incontrolável, não tem a mínima ideia de onde começa a orelha e onde termina o rabo do bicho.
É um desnorteio absolutamente total, um desequilíbrio e uma desorientação do governo até então desconhecida pelos brasileiros.
O Brasil está diante de uma economia tão desgovernada que está sendo considerada uma tempestade perfeita, interna e externamente.
O mercado de livre arbítrio que, na verdade, é controlado por grandes empresários e banqueiros, na composição de interesses entre governo e plutocracia, deu no que deu. Não há qualquer restrição a taxas de juros chegando a 1000% ao ano o crédito pessoal porque não há gestão da economia, não há gerenciamento, não há direção. E se não há comando, não há controle. E se não há controle, o que há é manipulação dos grandes especuladores.
Ou seja, o mercado como mediador, e não o Estado, a partir de um monitoramento, com uma fiscalização criteriosa, produziu uma sensação generalizada de terra arrasada dentro do país.
E tudo indica que esse “autodomínio” do mercado sem qualquer contenção pelo Estado é que vai nortear a economia trágica em 2022. E o resultado será o sinônimo disso, porque o governo não tem o controle e não quer ter o controle da situação. O governo não fiscaliza e nem administra, tudo é definido pela plutocracia que, em português bem claro, que dizer os abutres do Brasil, os agiotas, os usurários, os avarentos que têm menos humanidade que o próprio Bolsonaro.
Essas aves de rapina, que se alimentam da tragédia alheia, não sentem compaixão por ninguém, ao contrário, diante da fome, da miséria, inclusive de velhos e crianças, tiram proveito da infelicidade dos miseráveis para ampliar suas fortunas.
Quanto Bolsonaro dizia que entregaria a economia nas mãos de um banqueiro da pior espécie, chamado Paulo Guedes, classificando-o como Posto Ipiranga, tinha plena consciência do caráter nenhum do indivíduo. Mas por isso mesmo teve total apoio da mídia, dos banqueiros e rentistas justo porque ele massacraria, como massacrou, a imensa maior parte do povo brasileiro.
É esse o retrato da inflação brasileira. Não é por demanda ou qualquer lógica econômica, é a lógica da terra sem lei, do malboro econômico, do cangaço especulativo e da lei do mais forte fermentados por uma mídia que mente descaradamente tanto quanto Bolsonaro, pois cada passo desse caminho trágico em que o país se encontra foi regiamente comemorado como a salvação da lavoura brasileira.
O resultado está aí marcado a ferro e fogo nas costas dos brasileiros, pior, daqui a cinco meses estes terão saudade da tragédia que vivem hoje.
Nada disso foi sem querer, tudo foi feito com caso pensado para levar o país à ruína e beneficiar o 1% mais rico do Brasil, além de atender aos interesses dos EUA.