Partido retorna ao patamar anterior aos protestos de junho de 2013 e à Lava Jato.
Na esteira da “onda Lula” que se ergue para a eleição do ano que vem, o PT alcançou seu melhor resultado na preferência partidária do brasileiro desde 2013. Segundo recente pesquisa Datafolha, o partido é o preferido de 28% dos entrevistados.
Em um muito distante segundo lugar, aparecem empatados PSDB e MDB, ambos com 2% cada um. Empatados tecnicamente com eles, PDT e PSOL têm cada um 1%. Os demais partidos não chegaram a pontuar.
A pesquisa foi realizada de 13 e 16 de dezembro com 3.666 pessoas, em 191 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
O PT é o partido preferido dos brasileiros desde 1999.
O resultado de agora é bem próximo ao melhor desempenho já registrado pela sigla, 31% em abril de 2012, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Vivia-se ainda o rescaldo do crescimento econômico dos governos Lula (2003-2010), mas o partido entraria pouco depois em processo de queda brusca devido ao massacre que sofreu da grande mídia e de interesses espúrios que acabaram por golpear Dilma.
Em junho de 2013, milhares de pessoas foram às ruas do país em protesto contra a má qualidade dos serviços públicos e os políticos em geral. Protestos que começaram com reivindicações claras, sendo depois tomados por interesses da direita contra a então presidenta Dilma.
Ocupando a Presidência com Dilma, o PT foi o partido que levou o maior baque. Em pesquisa no final daquele mês, foi citado por 19%. Três meses antes, havia marcado 29%.
Nos levantamentos seguintes, a queda prosseguiu. Em 2014 teve início a Lava Jato, que revelou um largo esquema de corrupção nos governos petistas. Prisões de expoentes da sigla e a recessão econômica derrubaram ainda mais a simpatia pela agremiação.
Em março de 2015, mês em que protestos contra o governo Dilma reuniram quase 1 milhão de pessoas pelo país, o PT chegou ao seu pior resultado em anos recentes, com 9% das menções.
Teve o mesmo índice em dezembro de 2016, após o impeachment de Dilma. Menos que isso o PT só registrou em agosto de 1989, com 6%.
Em abril de 2017, talvez em razão da também alta rejeição do governo de Michel Temer, o partido saltou para 15%. De forma geral, passou para a faixa dos 20% nas pesquisas seguintes, guinada que não foi freada nem pela prisão de Lula, em abril de 2018. Quatro meses depois, o PT registrava 24%.
Com pequenas variações, manteve-se nesse patamar nos anos seguintes. Em julho deste ano marcou 22%, 23% em setembro e agora 28%.
Lula foi solto em novembro de 2019 e desde então vem acumulando uma série de vitórias, o que pode ter se refletido na avaliação geral de seu partido.
*Com informações da Folha