Não entrei e nem entrarei nesse debate sobre a possível chapa de Lula e Alckmin.
É uma operação de guerra como qualquer disputa política. Isso está longe de determinar alguma coisa costurada, além de alianças nos estados.
O sangue começa a correr mais quente nas veias da militância que sonha com aquilo que ela idealiza, o que é absolutamente natural, o que não significa que seja eficaz para vencer uma eleição e até mesmo governar.
Por isso não entro nesse debate. Não conheço a dinâmica nacional de uma campanha presidencial, mas ela existe e, muitas vezes, revela realidades que não contemplam nossos desejos por inteiro, sobretudo num país com uma diversidade cultural tão grande quanto a nossa.
O medo de Lula se render ao neoliberalismo, representado por Alckmin, não faz sentido. Meirelles foi presidente do Banco Central no governo Lula e não o impediu de implantar os mais importantes programas sociais que esse país já viu.
José Alencar, o vice de Lula, nunca foi alguém que tivesse qualquer inclinação à esquerda, mas jamais quis melar os avanços sociais que o Brasil teve nos dois mandatos de Lula.
O PT não nasceu em uma grota, nasceu debatendo e negociando abertamente com todos os setores da sociedade e toda a sua história vitoriosa foi construída assim.
Vencer Bolsonaro não é simplesmente vencer uma eleição ou um candidato de direita. Bolsonaro rompeu todas as barreiras de civilidade e está enfiado até o pescoço num projeto fascista sonhado por ele e os generais boquinhas que têm um apego doentio pelo poder e, por isso, formulam todos os caminhos antipovo que Bolsonaro tem como bandeira principal.
Ou seja, é bola pro mato que o jogo é de campeonato.
Dito isso, reservo-me o direito de não opinar sobre o jogo de xadrez eleitoral que o PT tem que jogar, como é da natureza da democracia.
Lula e Dilma já nos deram exemplos de sobra que não são madeiras que o cupim neoliberal consegue roer.