A esquerda e os partidos progressistas seguem formando um incrível bloco para disputar as eleições de 2022. O PSOL aprovou resolução nesta sexta-feira (10/12) para criação de federação com o PCdoB e com a Rede Sustentabilidade com vistas às eleições do ano que vem. As três agremiações ainda podem se associar com PT e PSB. Também há expectativa de o PDT engrossar o caldo, caso o ex-ministro Ciro Gomes desista de concorrer ao Palácio do Planalto.
As tratativa com PT e PSB serão retomadas, após o anúncio da associação do PSOL com PCdoB e Rede. A soma de esforços das três legendas dribla a cláusula de barreira, que vai impor restrições ao funcionamento de legendas a partir das eleições de 2022.
As federações partidárias permitem que dois ou mais partidos se associem, funcionando como se fossem uma única legenda. Precisam se manter unidas de forma estável durante — pelo menos — quatro anos do mandato legislativo e seguir as mesas regras do funcionamento parlamentar e partidário.
A criação das federações foi uma tentativa de socorrer legendas pequenas e históricas, que correm o risco de perder direito de representação no Legislativo e acesso a fundo partidário e tempo de TV, se não conseguirem eleger um número específico de deputados.
O PSOL ressalta em sua resolução que a federação é importante para o enfrentamento da cláusula de barreira, “medida antidemocrática criada para asfixiar os partidos ideológicos com justificativa de combater ‘a pulverização’ do sistema partidário brasileiro”.
“Assim sendo, a Executiva Nacional do PSOL aprova a instauração de conversas formais com Rede Sustentabilidade e PCdoB, com vistas a avaliar a conveniência de uma federação entre um ou mais partidos de esquerda”, informou o partido de Guilherme Boulos e Juliano Medeiros.
No início da semana, o PSB deu mais um passo para formar uma federação com o PT e outras legendas, que incluem PSOL, PCdoB, Rede e PV.
O arranjo eleitoral ocorre no momento em que há costuras para composição de chapa presidencial com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). A ideia é que o tucano migre para o PSB. Ele também negocia com o PSD e com o Solidariedade.
O PSOL classifica como “descabida” uma eventual aliança entre Lula e Alckmin.
O partido minimizou a possibilidade de formação da chapa liderada pelo petista tendo o tucano como vice e vê com desconfiança o ex-governador tucano. Há conversas avançadas entre o Psol e o PSB sobre a federação partidária.
Impacto no Paraná
PSOL, Rede e PCdoB tem maior proximidade com a pré-candidatura do ex-senador Roberto Requião (sem partido), que vai concorrer ao governo do Paraná em 2022. Além dessas três legendas, Requião ainda terá o apoio do PT, PSB e PDT –independentemente da candidatura de Ciro Gomes.
Sem uma sigla definida, ainda, ao menos oito partidos percorreram 10 regiões junto com a Caravana Requião. A última edição deste ano foi realizada na noite de quinta-feira (09/12) em Foz do Iguaçu.
A próxima etapa será em Curitiba, com a presença do ex-presidente Lula, mas ainda não tem data confirmada.
*Por Esmael Morais