Entrada de Moro na corrida comprova a “marinização” de Ciro Gomes.

A quem pertence o eleitorado bolsonarista? Essa é a pergunta mais importante a ser feita e que Ciro Gomes deveria ter feito.

Se a resposta apara essa pergunta é a direita, Ciro, que compôs o governo Lula e parte do governo Dilma, certamente será visto como alguém mais à esquerda. É aí que reside o maior erro estratégico de Ciro Gomes, que preferiu atacar a esquerda, na tentativa de abocanhar os arrependidos de Bolsonaro.

Retomando a pergunta, se o eleitorado do Bolsonaro não pertence a ninguém, mas, ao punitivismo, ao antipetismo e à direita, a figura que melhor simboliza esse pensamento, nunca foi Bolsonaro, mas Sérgio Moro. Tanto, que o próprio presidente se afiançou tanto em Paulo Guedes, como Moro. O racha no governo dividiu o gado, não por acaso.

O eleitorado bolsonarista, com exceção dos mais alucinados, sempre votou no PSDB, ou em qualquer um que fosse anti-povo. Nesse sentido, o erro de Ciro Gomes é comprovado pela ascensão de Moro e o teto baixíssimo do pedetista. Com 7 pontos à frente, o lavajatista caminha para ameaçar Bolsonaro e deixar Ciro isolado, mas, na quarta posição.

Nesse momento, Ciro Gomes já poderia comprar sua passagem para Paris, a menos que mude de rota. Porém, essa rota não poderá seguir a uma coalizão como ex-presidente Lula, já que o atacou ferozmente até aqui. Com isso, construiu-se um limbo político para Ciro, que caminha forte para estar se tornar uma Marina Silva, só que em Paris.