Quem tem acompanhado o tour do ex-presidente Lula na Europa, percebe um líder dialogando. O petista tem alianças antigas e vem “regando” os relacionamentos que construiu ao longo das últimas décadas. Ao longo de oito anos no comando do Brasil, recebeu elogios dos políticos de vários espectros. Respeito.
Já Bolsonaro é o oposto. Ele se nutre pelo ódio e desprezo pela democracia. Em 2019, brigou com Luciano Bivar, presidente do PSL, e não conseguiu entrar em mais nenhuma agremiação e nem criar o Aliança Pelo Brasil. Seu desejo é mandar e não compartilhar uma legenda.
Após tirar a máscara e dizer que era do Centrão, Republicanos, PP e PL passaram a disputá-lo. Tinham total certeza que conseguiram controlar um homem que é incontrolável. Ele optou por entrar no Partido Liberal depois de escutar as propostas.
Valdemar Costa Neto avisou que deixaria a base do governo se Bolsonaro fosse para outro partido. O presidente pediu autonomia na sua campanha. Recebeu ok. Em contrapartida, o cacique político explicou que os diretórios estaduais teriam independência para formar suas alianças. O governante deu ok.
As coisas estavam alinhadas, mas Bolsonaro surtou no meio do caminho. Isto porque seus filhos apontaram que a sigla estará ligada com partidos de esquerda no Norte e Nordeste. E que o diretório de São Paulo vai estar no mesmo palanque de Rodrigo Garcia (PSDB), candidato de João Doria (PSDB).
Bolsonaro não tem a arte do diálogo
Bolsonaro sonha em ter um partido ideológico para chamar de seu, mas não sabe articular. Não sabe construir. Não sabe viver em democracia. Por onde passa, o único legado que deixa é de briga e ódio. O atrito com o PL é mais uma prova que ele não tem disposição em conversar. Se não for do jeito dele, não será de mais ninguém.
Só que Valdemar Costa Neto não é um adversário qualquer. Muito bem relacionado com outros líderes políticos, o PL não terá qualquer dificuldade para fechar aliança com outro presidenciável. E pode transformar o fim do mandato do atual presidente um verdadeiro caos.
Enquanto Bolsonaro não consegue se filiar a um partido, Lula faz tour pela Europa mostrando um Brasil diferente do bolsonarismo. E ainda forma uma frente ampla por aqui, podendo ter como vice Geraldo Alckmin. Está na cara que a escolha não é difícil.
*Por DCM