O procurador Deltan Dallagnol nunca esteve fora da política como a velha mídia corporativa tenta fazer crer. Ele vai renunciar ao cargo no Ministério Público Federal para formalizar entrada na política, de onde ele nunca saiu, frise-se.
Deltan renunciou ao cargo vitalício no MPF para ser deputado federal. Ele vai concorrer com André Vargas, que também tentará voltar à Câmara.
Pelo Twitter, Deltan disse que após mais de 18 anos de trabalho “em amor ao próximo” está saindo do Ministério Público. “Minha vontade é fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção que está acontecendo”, discursou.
O ex-coordenador da força-tarefa Lava Jato foi convencido pelo ex-juiz Sergio Moro que a hora deles é agora, de tomar o poder pelo voto, visando completar o projeto iniciado há 7 anos de destruir o Estado tal qual ele é para facilitar o trânsito dos grandes capitais e os grandes negócios [laissez faire laissez passer].
Dallagnol foi defenestrado da Lava Jato após ser flagrado pela Operação Spoofing armando contra o ex-presidente Lula em 2018. Na época o petista foi preso injustamente pelo então juiz Sergio Moro, com o auxílio do powepoint de Dallagnol, para facilitar a vitória de Jair Bolsonaro.
Agora a dupla Moro e Dallagnol pretende prender Bolsonaro? Cassar a chapa Bolsonaro-Mourão? Eles são considerados a sujeira do judiciário brasileiro, inclusive com ações no STF, CNMP e na justiça comum.
No jogo eleitoral “limpo” a turma da Lava Jato não tem chance porque não tem votos, como atestam as pesquisas, mas é um direito deles tentar a sorte nas urnas.
Sergio Moro, seu colega de trapaças, disse que vai concorrer à Presidência. No entanto, até agora, os principais players do Podemos –partido escolhido por ambos– não se apresentaram em palanques regionais consistentes.
A candidatura de Deltan Dallagnol é uma promessa de candidatura, mas a do senador Flávio Arns para disputar o governo do Paraná continua no limbo.
Até agora, na ponta do lápis, as candidaturas mais críveis do Podemos são as de Deltan Dallagnol e do senador Alvaro Dias para a reeleição no Senado.
O Podemos tem cara de Centrão e tende funcionar somente no Congresso. Dificilmente chegará ao Executivo.
Moro e Dallagnol tem muito que explicar ao país. Talvez a campanha eleitoral seja uma oportunidade para eles. O passivo que os moços da Lava Jato deixaram para trás é gigantesco.
Só a urna poderá absolvê-los, ou não.
Bem-vindo à arena política, Deltan Dallagnol. Bem-vindo à verdade, Sergio Moro.
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*Por Esmael Morais