Nos grupos de bolsonaristas as mais diversas teorias de conspiração começam a se espalhar. Se em 2018 a ‘mamadeira de piroca’ pegou, para o ano que vem a expectativa é de levar a um motim por fraude nos resultados. Diversas comunidades bolsonaristas apostam em espalhar que, em caso de derrota do atual presidente, o TSE terá mudado os resultados.
Para isso, os canais estão promovendo pesquisas internas, as populares enquetes, para mostrar a quem está em dúvida, o quanto Bolsonaro está à frente. Os canais, que permitem número infinito de participantes, estão sendo tomados por ‘pessoas comuns’, que são adicionadas sem autorização, mas que acabam permanecendo. Nelas, essas pessoas recebem um bombardeio de fake news sobre a tal fraude eleitoral.
Telegram e a fraude eleitoral
Se antes, a ‘tia do zap’ tinha importância ao espalhar mentiras, agora ela está migrando para o Telegram. Nele, o cidadão comum, mas propenso em espalhar notícias sem confirmá-la, vê uma enquete numa comunidade com centenas de milhares de pessoas. O resultado é sempre o mesmo: Bolsonaro disparado na frente, com chance de vencer no primeiro turno.
A partir daí, o disparo começa dentro do próprio aplicativo e também migra para o WhatsApp e outros grupos. A ‘tia do telegram’, repassa a informação: as pesquisas eleitorais são mentirosas. “Como pode o Datafolha ter esse resultado se a enquete que eu vi com 100 mil pessoas o Bolsonaro vence?”, questiona uma usuária do aplicativo.
É assim que o Telegram começa a transformar, no submundo da internet, o tema ‘fraude eleitoral’ em protagonista das eleições do ano que vem. Com o apoio da ‘tia do zap’, que virou ‘tia do telegram’, a ideia já está posta. Segundo um advogado ouvido pelo DCM, isso mostra que os bolsonaristas já não apostam mais na vitória. “Eles sabem que vão perder as eleições e vão apostar em um caminho diferente”, comenta. Mas isso, é tema de outra reportagem.
*Por DCM